Gaza, Palestina, 14 out 2025 (Lusa) -- Israel entregou hoje os corpos de 45 palestinianos que estavam sob custódia das forças israelitas, no âmbito do acordo de cessar-fogo com o Hamas, anunciou um hospital de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
"Os restos mortais de 45 mártires chegaram ao hospital através da Cruz Vermelha, após terem sido libertados", disse o hospital Nasser num curto comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Trata-se da primeira entrega de cadáveres por parte de Israel prevista no acordo entre as duas partes, pelo qual o Hamas deverá entregar mais de duas dezenas de reféns que morreram em cativeiro em Gaza.
Vários meios de comunicação social palestinianos noticiaram a entrega dos 45 corpos e publicaram imagens junto ao hospital Nasser.
Os corpos foram entregues por Israel à Cruz Vermelha, que os transportou para o hospital palestiniano, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
O Ministério da Saúde de Gaza tinha anunciado horas antes a disponibilidade das equipas médicas palestinianas para receber os corpos entregues por Israel.
Referiu que a entrega seria realizada "de acordo com os procedimentos e protocolos médicos adotados nestes casos".
Com a entrada em vigor do cessar-fogo na sexta-feira, o Hamas libertou na segunda-feira os 20 reféns israelitas que ainda permaneciam vivos na Faixa de Gaza.
Começou também a entregar os restos mortais dos 28 que morreram, o que aconteceu até agora com quatro dos reféns, incluindo um estudante nepalês.
O Serviço Prisional de Israel anunciou que concluiu a libertação dos 1.968 presos palestinianos previstos para segunda-feira, ao abrigo do acordo de troca de reféns.
Os combates em Gaza cessaram no âmbito de um acordo proposto pelos Estados Unidos com mediação do Egito, Qatar e Turquia, que foi assinado na segunda-feira em Sharm el-Sheikh, no Egito.
O acordo faz parte de um plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que prevê também o desarmamento do Hamas e a retirada das tropas israelitas.
Trump propôs também uma administração internacional transitória em Gaza e a reconstrução do território, mas os termos dos passos seguintes terão de ser ainda acordados entre as partes.
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