"Foi pronunciado o veredicto em primeira instância no caso dos dois réus franceses acusados de espionagem e detidos em 09 de março de 2023", afirmou a agência de notícias iraniana Mizan.
Os dois cidadãos franceses, cujas identidades não foram divulgadas, "são funcionários dos serviços secretos franceses", adiantou, na mesma nota.
Um dos presos foi condenado a seis anos de prisão por espionagem para os serviços secretos franceses, cinco anos por conspiração contra a segurança nacional e 20 anos por colaboração com os serviços secretos de Israel, acrescentou a Mizan.
O segundo cidadão francês foi condenado a 10 anos de prisão por espionagem a favor do seu país, cinco anos por conspiração contra a segurança nacional e 17 anos por colaboração com Israel.
Os condenados podem recorrer das sentenças para o Supremo Tribunal do Irão no prazo de 20 dias a contar da data da condenação.
As condenações foram tornadas públicas uma semana depois de Teerão ter libertado o cidadão franco-alemão Lennart Monterlos, de 19 anos, detido a 16 de junho quando viajava de bicicleta no país persa.
O jovem francês foi absolvido dois dias antes das acusações de espionagem de que era alvo.
No início de outubro, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, declarou que o país espera trocar "em breve" dois cidadãos franceses detidos em Teerão desde 2022 por um cidadão iraniano detido em Paris.
Os dois cidadãos franceses, Cécile Kohler, uma professora de literatura de 40 anos, e o companheiro de 72 anos, Jacques Paris, continuam detidos no Irão, mas foram presos em maio de 2022.
No final de junho, Teerão deteve 700 pessoas acusadas de espiarem a favor de Telavive durante os 12 dias de guerra entre os dois países.
Desde a guerra com Israel, entre 13 e 24 de junho, que o Irão tem detido várias pessoas por alegada espionagem para o rival.
Várias organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos têm acusado a República Islâmica de realizar execuções a um nível inédito nos últimos anos, num contexto marcado pelos protestos contra o poder do 'ayatollah' Ali Khamenei em 2022-2023 e pela guerra de 12 dias contra Israel em junho.
O país já tinha registado vagas de execuções nas décadas de 1980 e 1990, após a revolução islâmica de 1979 e durante a guerra Irão-Iraque.
O Irão ocupa o segundo lugar mundial em número de execuções, depois da China, de acordo com organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional.
Leia Também: Irão considera que vontade de Trump pela paz contradiz ações hostis