Esta conferência de três dias começou discretamente, em Wilton Park, no interior do sul de Inglaterra, ao mesmo tempo que se realizava a cimeira sobre Gaza em Sharm el-Sheikh, no Egito, copresidida pelos Presidentes norte-americano, Donald Trump, e egípcio, Abdel Fattah al-Sissi.
Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas anunciaram, a 08 de outubro, um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a primeira fase de um plano de paz proposto por Trump, na sequência de negociações indiretas mediadas também pelo Egito, Qatar e Turquia.
A conferência de Wilton Park reúne, de acordo com um comunicado de Downing Street, "vários parceiros internacionais", entre os quais a Alemanha, a Itália, a Arábia Saudita, a Jordânia e a Autoridade Palestiniana, bem como atores do setor privado e doadores internacionais, nomeadamente o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento e o Banco Mundial.
O objetivo é "organizar os esforços cruciais de planeamento e coordenação para o pós-guerra em Gaza", numa reconstrução que será "liderada pelos palestinianos", de acordo com o comunicado.
"Estamos cientes da magnitude da tarefa. Sabemos o quanto [a reconstrução] é urgente e complexa", afirmou Hamish Falconer, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, responsável pelo Médio Oriente, na abertura da reunião.
Falconer acrescentou que é preciso estar "pronto para limpar os escombros, reconstruir as casas, implementar infraestruturas, restabelecer o acesso à educação e aos cuidados de saúde".
A Faixa de Gaza foi devastada por mais de dois anos de uma guerra desencadeada pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 em Israel.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo movimento islamita Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar no enclave palestiniano que causou mais de 67.000 mortos e 170.000 feridos, na maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde local, tutelado pelo Hamas, considerados fidedignos pela ONU.
De acordo com a ONU, mais de 90% das habitações foram danificadas ou destruídas.
A reconstrução deste território palestino "levará anos" e custará "milhares de milhões", referiu o governo britânico.
Mas Hamish Falconer destacou "o potencial económico" de Gaza e "mais amplamente, da Palestina".
A conferência visa "desbloquear os recursos consideráveis necessários, não só através do financiamento tradicional dos doadores, mas também demonstrando criatividade para atrair capital privado", aproveitando "a experiência do setor financeiro britânico".
"Trata-se também de restabelecer as ligações entre Gaza e a Cisjordânia, a nível económico, político e social. E de apoiar a viabilidade de um Estado palestiniano como parte de uma solução de dois Estados", vincou o secretário de Estado britânico.
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