Os protestos começaram ainda no interior do Palácio Marino, sede do Conselho Municipal, assim que a moção apresentada pelo vereador dos Verdes, e apoiada por parte do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), foi rejeitada com 21 votos contra, nove a favor, seis abstenções e 13 ausências, com parte do público presente a começar a gritar palavras de ordem como "vergonha" e "Milão sabe de que lado está - Palestina livre do rio ao mar", antes de ser expulso das galerias.
Mais tensa foi a situação no exterior do Conselho, onde, assim que foi conhecida a rejeição da moção, os manifestantes pró-Palestina que se haviam concentrado na praça Scalla começaram a protestar e a empurrar as barreiras de segurança colocadas em torno do Palácio, registando-se alguns confrontos com a polícia de intervenção, após o que os manifestantes começaram a abandonar aquela que já foi por si rebatizada como «Praça Gaza» sem mais incidentes.
Em alerta máximo estão as autoridades para o encontro de futebol agendado para terça-feira na cidade de Udine (nortdeste) entre Itália e Israel, de qualificação para o Mundial de 2026, que terá mais manifestantes fora do recinto do que adeptos na bancada.
Num encontro considerado de alto risco e com início agendado para as 17:30 (16h30 de Lisboa), foram vendidos apenas oito mil bilhetes dos cerca de 16 mil postos à venda -- já muito abaixo da capacidade do recinto (25 mil lugares) -, devido ao receio de incidentes, até porque deverão estar presentes cerca de uma centena de adeptos israelitas.
Cerca de um milhar de polícias, apoiados por helicópteros e drones, estão destacados para as ruas de Udine, cidade já escolhida por estar longe dos grandes centros urbanos italianos, onde centenas de milhares de pessoas se têm manifestado regularmente contra o operação israelita em Gaza.
Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas anunciaram, a 08 de outubro, um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a primeira fase de um plano de paz proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sequência de negociações indiretas mediadas também pelo Egito, Qatar e Turquia.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo movimento islamita Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar no enclave palestiniano que causou mais de 67.000 mortos e 170.000 feridos, na maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde local, tutelado pelo Hamas, considerados fidedignos pela ONU.
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