Citado numa nota da Presidência da República por ocasião do Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres (13 de outubro), Daniel Chapo, reafirma a importância destes investimentos na resiliência das comunidades, economias e ecossistemas africanos.
Chapo, que foi designado este ano 'campeão' da União Africana para a Gestão de Riscos de Desastres, acrescentou que os desastres têm grandes consequências na perda de vidas humanas, danos em infraestruturas e no tecido económico e social, revertendo ganhos de desenvolvimento.
Sobre os esforços de Moçambique, recorda que o país tem levado a cabo diversas estratégias, especialmente no pós-ciclone Idai, de 2019, como obras que garantem resiliência, sublinhando que, para melhorar a resposta, é importante o reforço dos sistemas de aviso prévio, bem como garantir a construção de infraestruturas resilientes.
"Em Moçambique temos vindo a implementar esta estratégia, sobretudo, no contexto da reconstrução pós-ciclone Idai, através da construção e disponibilização às populações de habitações, escolas e centros de saúde resilientes", disse.
O Presidente moçambicano pediu ainda cooperação "africana e internacional" para o reforço dos mecanismos de resiliência climática, bem como o reforço do apoio às iniciativas de Moçambique na redução do risco de desastres, no fortalecimento da resiliência do continente africano.
Moçambique é considerado um dos países mais vulneráveis e severamente afetados pelas alterações climáticas, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre anualmente entre outubro e abril.
Só entre dezembro e março, na última época ciclónica, Moçambique foi atingido por três ciclones, incluindo o Chido, o primeiro e mais grave, no final de 2024.
O número de ciclones que atingem o país "vem aumentando na última década", assim como a intensidade dos ventos, alerta-se no relatório do Estado do Clima em Moçambique 2024, do Instituto de Meteorologia de Moçambique, divulgado em março.
Os fenómenos meteorológicos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique, entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados anteriores do Instituto Nacional de Estatística.
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