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Protestos pós-eleitorais em Moçambique resultam em escolas vandalizadas

Pelo menos 139 escolas foram vandalizadas em Moçambique na sequência das manifestações que se seguiram às eleições gerais de 09 de outubro, avançou hoje o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, pedindo punições "exemplares" para os autores.

Protestos pós-eleitorais em Moçambique resultam em escolas vandalizadas

© Lusa

Lusa
13/10/2025 15:44 ‧ há 6 horas por Lusa

"Apesar de hoje ser um dia de festa, estamos a dirigir esta cerimónia com uma lágrima no canto do olho, porque o último trimestre do ano passado e praticamente todo o primeiro semestre do presente ano, assistimos com bastante tristeza à destruição de infraestruturas e bens escolares", disse o chefe de Estado, ao intervir na saudação pelo dia do professor, que se assinala anualmente em 13 de outubro.

 

"Sob disfarce de manifestações violentas, ilegais e criminosas, foram vandalizadas 139 escolas ao nível do país, 178 salas de aulas, 47 blocos administrativos, duas salas de informática, 36 casas dos nossos professores e cinco edifícios dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, nas províncias de Maputo, Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Inhambane e cidade de Maputo", apontou o chefe de Estado, na mesma intervenção, durante a saudação recebida do Sindicato Nacional dos Professores.

Chapo acrescentou que "destruir uma escola é destruir o futuro" da nação: "Isto é condenável, consubstancia crime e queremos orientar as autoridades competentes para investigarem e responsabilizar os infratores de forma exemplar. Nunca houve, não há e jamais haverá razões plausíveis que levam um indivíduo em sã consciência a vandalizar uma escola".

"A destruição de infraestruturas não resolve nenhum problema. Pelo contrário, só agrava ainda mais a pobreza que grassa o nosso povo e o nosso país", lamentou.

Acrescentou que "estes atos violentos afetaram o curso normal de vida das comunidades, conturbaram os exames escolares" no país, "atrasaram o início do ano letivo e colocaram em risco o desenvolvimento educacional e social" dos moçambicanos.

Segundo Chapo, nas províncias de Zambézia e Nampula há registo de "distritos inteiros que ficaram com a vila [sede] totalmente destruída", não só ao nível das estruturas da educação.

"Estamos a falar da residência do administrador, do comando distrital, da escola secundária ou primária no distrito, do centro de saúde, um hospital e todas as infraestruturas de uma vila sede que serviam o nosso povo", reconheceu.

Destruição que, disse, globalmente teve um "impacto económico expressivo, com prejuízos superiores a 32,2 mil milhões de meticais [435 milhões de euros], incluindo a destruição de estabelecimentos comerciais e a perda de empregos para cerca de 50 mil pessoas".

Enfatizou que "como povo e como nação", Moçambique não pode "normalizar a cultura de violência que pretende ser arraigada por um pequeno grupo de moçambicanos que não quer ver" o desenvolvimento do país.

"É preciso isolar esse tipo de indivíduos. É urgente responsabilizar estas pessoas. Todos temos de ter consciência de que os valores monetários que serão usados na reabilitação e reconstrução dessas escolas vandalizadas poderiam servir para construir mais escolas, comprarmos mais medicamentos para o nosso povo, para comprarmos novos autocarros, para transportar o nosso povo ou para construirmos mais vias de acesso", concluiu Chapo.

A contestação pós-eleitoral em Moçambique, de outubro a março último, provocou cerca de 400 mortos, em confrontos com a polícia, saques e destruição generalizada de empresas e infraestruturas públicas, como tribunais, escolas ou equipamentos de saúde, protestos convocados pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Daniel Chapo, eleito Presidente da República, e Venâncio Mondlane reuniram-se em Maputo, pela primeira vez desde as eleições, em 23 de março, e no dia seguinte o ex-candidato presidencial apelou ao cessar da violência, não se tendo registado casos de agitação social associados à contestação eleitoral desde então.

Leia Também: Arcebispo da Beira defende que política deve procurar o bem comum

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