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Mais de 12 mil moçambicanos desempregados nos protestos sem indemnização

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique - Central Sindical(OTM-CS) disse hoje que mais de 12 mil trabalhadores que perderam emprego durante as manifestações pós-eleitorais continuam sem indemnização, quando passa um ano desde os protestos.

Mais de 12 mil moçambicanos desempregados nos protestos sem indemnização

© Lusa

Lusa
13/10/2025 16:27 ‧ há 7 horas por Lusa

"Neste momento, temos mais de 12 mil trabalhadores que perderam seus postos de trabalho após as eleições de 09 de outubro e, de grosso modo, estes trabalhadores não foram indemnizados por conta de alguns agentes económicos que abandonaram o país", disse a jornalistas André Mandlate, secretário-geral da OTM-CS, durante a celebração, hoje, dos 49 anos daquela organização, em Maputo.

 

Mandlate disse que alguns trabalhadores receberam indemnizações que "não foram justas" e avançou que está a assessorar os sindicatos nacionais para encontrar melhores soluções face à situação.

O secretário-geral da organização dos trabalhadores moçambicanos criticou ainda a atual fixação de salários dos funcionários que, segundo apontou, indicam que a cesta básica para um agregado de cinco pessoas tem um custo mínimo de 42.955 meticais (585,13 euros).

"Os resultados alcançados [nas negociações do salário] são muito longe de satisfazer as necessidades básicas dos trabalhadores e suas famílias", queixou-se Mandlate, pedindo ao Governo que reconheça a legalidade da ação sindical na função pública e melhore as condições do empregado doméstico.

"Nós, como a OTM, não vamos nos sentir realizados enquanto continuar com a boa parte dos trabalhadores da função pública com o seu sindicato não legalizado e esperamos também que o Governo de Moçambique ratifique a convenção que vai melhorar as condições do trabalhador doméstico", acrescentou ainda o responsável.

O aumento dos salários mínimos em Moçambique, de 2,9% a 9%, conforme os setores, vai ter efeitos retroativos a 01 de julho, de acordo com diplomas ministeriais noticiados pela Lusa em 01 de outubro.

Segundo os diplomas com as atualizações salariais, com data de 22 de setembro, esses reajustes envolvem oito diferentes setores da economia moçambicana, tendo o último aumento nos salários mínimos ocorrido com efeitos a 01 de abril de 2024 e o anterior em abril de 2023.

Moçambique viveu a pior contestação que o país conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994), liderada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro de 2024, que deram vitória a Daniel Chapo, atual Presidente de Moçambique.

Quase 400 pessoas morreram em resultado de confrontos entre a polícia e os manifestantes, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de mais de 500 empresas e infraestruturas públicas, e onde pelo menos 121 mil pessoas ficaram sem emprego, segundo dados avançados anteriormente à Lusa pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

Contudo, em 23 de março, Mondlane e Daniel Chapo, encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, embora, atualmente, críticas e acusações mútuas continuem nas declarações públicas dos dois políticos.

Leia Também: Autárquicas: Manuel Pizarro assume "inteiramente" a derrota no Porto

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