O executivo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, "felicita-se pela libertação dos reféns israelitas" pelo "grupo terrorista Hamas", após "dois anos sequestrados e retidos em condições intoleráveis", disse o Governo num comunicado.
Espanha "exigiu constantemente" a libertação dos reféns desde o ataque do Hamás em território de Israel, em 07 de outubro de 2023, sublinha o executivo de Pedro Sánchez.
O Governo espanhol tem sido um dos grandes alvos de críticas do Governo israelita por ter sido dos primeiros e mais contundentes e criticar a ofensiva militar de Telavive em Gaza, onde Pedro Sánchez considera que houve um genocídio, e por ter reconhecido o estado da Palestina em maio de 2024.
No comunicado divulgado hoje, o Governo de Espanha lembra que a libertação dos reféns pelo Hamas cumpre "a primeira fase do acordo alcançado entre as partes, em conjunto com o cessar-fogo e a entrada massiva de ajuda humanitária na Faixa [de Gaza], que ajudará a aliviar a situação de catástrofe em que se encontra a população palestiniana de Gaza".
O Governo espanhol diz que "continuará a redobrar esforços e a contribuir para avançar para as fases seguintes do acordo de paz", de maneira a que "este primeiro passo de esperança abra via a uma paz duradoura" no Médio Oriente, "sobre a base da implementação efetiva da solução dos dois Estados, Israel e Palestina, que convivam em paz e segurança".
O Hamas libertou hoje os 20 reféns vivos mantidos em Gaza desde 07 de outubro de 2023.
Israel, por seu turno, deverá libertar mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.
A troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos foi acordada na semana passada durante as negociações que decorreram no Egito, sob patrocínio de EUA, Turquia, Qatar e Arábia Saudita.
O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, e o seu homólogo da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, vão ser recebidos hoje pelo congénere egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, numa cimeira formal pela Paz naquela região do Mundo, na estância balnear Sharm el-Sheikh.
Naquele encontro vão estar representantes de mais de 20 outros países, incluindo o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez.
O atentado do Hamas de 07 de outubro de 2023 causou a morte de 1.219 pessoas, na sua maioria civis, incluindo mulheres e crianças, de acordo com uma contagem da agência noticiosa francesa AFP.
Em resposta, Israel lançou uma campanha militar em Gaza que, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, causou mais de 67 mil mortes, também na sua maioria civis, e causou um desastre humanitário, incluindo a morte à fome de muitas crianças.
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