Num vídeo que partilhou nas redes sociais, a ex-deputada afirmou que o prémio é "para aqueles que nunca desistem" e "escolhem a liberdade como caminho para a paz, quando tudo os empurra para o ódio".
María Corina Machado dedicou também o prémio àqueles "que resistem sem ódio, que suportam a fome, o medo e o silêncio, mas nunca deixam de acreditar".
Numa entrevista ao jornal argentino La Nación, a líder da oposição venezuelana afirmou que o prémio "tem um impacto muito importante tanto nos venezuelanos como no próprio regime, que percebe que o mundo inteiro legitima a sua luta e que Maduro [presidente da Venezuela] está absolutamente isolado e tem os dias contados.
A ex-deputada, que permanece há mais de um ano na clandestinidade, relatou como viveu o momento em que soube que era a vencedora do Nobel da Paz: "O que estamos a viver é tão intenso na Venezuela que nunca imaginei que algo dessa magnitude pudesse acontecer. E acho que ainda não processei isso".
Este premio es para ti… 🇻🇪 pic.twitter.com/XzCpuHypL0
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) October 12, 2025
María Corina Machado elogiou a postura dos Estados Unidos que classificou como um fator-chave no isolamento do governante venezuelano, frisando que "a posição firme" do Donald Trump e do Governo norte-americano "de desmantelar os cartéis de droga mudou completamente a dinâmica".
A líder da oposição considerou igualmente que, desde as eleições de 28 de julho de 2024, o governo de Nicolás Maduro iniciou "uma queda inexorável" e que a sua estratégia se sustenta apenas "na violência e no terror".
Na entrevista, falou também sobre a relação da Venezuela com Cuba e o impacto regional ao considerar: "Uma Venezuela libertada representará um golpe, para mim letal, à tirania cubana".
A ex-deputada disse ainda que tem uma grande amizade e um enorme respeito pelo presidente argentino, Javier Milei.
"Ele está a fazer um ótimo trabalho pela Argentina. Acho que os nossos países precisam de se fortalecer mutuamente porque, no final de contas, aqueles que destruíram a Venezuela também veem em Javier uma ameaça", afirmou.
O Comité Nobel norueguês, com sede em Oslo, anunciou na sexta-feira María Corina Machado como a vencedora do Prémio Nobel da Paz 2025 "pelo trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e pela luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".
A ex-deputada, que também dedicou o prémio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo apoio à causa da oposição, afirmou que a maior homenagem a Alfred Nobel, o magnata sueco criador do Prémio Nobel da Paz, será garantir a "transição para a democracia" na Venezuela.
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