Segundo avança a agência espanhola de notícias Efe, aquele plano, que inclui civis armados, policias e militares, tem como objetivo continuar a preparação do povo venezuelano, das forças policiais e da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) para "enfrentar as diferentes ameaças que pairam sobre a pátria", citando o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello.
O "Independência 200" foi agora ativado nos estados de Anzoátegui, Monagas e Bolíva, que se somam assim a outras cinco regiões onde já foi ativado nos últimos dias, aponta a Efe.
"Estes exercícios não têm nada a ver com nos enfurnarmos numa trincheira para ver o que acontece, não, não, ou esperar que o inimigo se desgaste sozinho, não, não. O inimigo vai se desgastar, mas pelas nossas ações permanentes de hostilidade, de não os deixar dormir, de não os deixar descansar, de levá-los ao desespero, (...) de aparecermos em todos os lugares de qualquer maneira", assegurou Cabelo, a partir de Monagas, numa transmissão televisiva do canal estatal VTV.
Segundo avisou aquele ministro do Governo liderado de Nicólas Maduro, embora o Estado tenha "o monopólio das armas do país", estas estão agora "nas mãos do povo da Venezuela, garante legítimo da soberania e da independência", apelando à "resistência ativa e prolongada".
"O mundo deve saber que, por muitas ameaças, por muito cerco, por muitas perseguições, por muitos ataques à pátria de (Simón) Bolívar, aconteça o que acontecer, nós venceremos. Viva a pátria! (...) Aqui estão, homens e mulheres simples, homens e mulheres com a sua espingarda ao ombro, com a sua espingarda ao peito, para defender a pátria, com a sua espingarda, com a sua faca, com a sua lança", cita a Efe.
Através da rede Telegram, o presidente Nicolás Maduro justificou a ativação do "Independência 200" naqueles estados apontando que constituem "um corredor vital do país que vai do mar das Caraíbas até ao (rio) Orinoco e até ao sul da fronteira com o Brasil".
Nicolas Maduro explicou ainda que as chamadas Zonas Operacionais de Defesa Integral (ZODI) serão ativadas "dia a dia" e "estado a estado", sendo que desde quarta-feira foram ativas as ZODI nas regiões costeiras de Carabobo, La Guaira, Aragua, Falcón e Zulia, esta última na fronteira com a Colômbia.
Na sexta-feira, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, anunciou que estão a ser levados a cabe exercícios em cumprimento de 27 tarefas "contra a campanha aérea e o desgaste sistemático" dos EUA que pretendem "evitar a paralisia estratégica" na Venezuela.
Entre as tarefas a cumprir, sublinhou, está a verificação das "reservas alimentares, a disponibilidade hospitalar, o uso de rádios comunitárias e de todos os meios de comunicação disponíveis".
Os Estados Unidos defendem que a decisão de enviar um destacamento militar é uma operação contra o alegado tráfico de drogas a partir da Venezuela, ao passo que o Governo de Maduro insiste que se trata de "uma ameaça" para provocar uma "mudança de regime".
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