O Gabinete de Imprensa dos Prisioneiros Palestinos (Asra, pelo seu nome em árabe) confirmou que "persistem obstáculos complexos que impedem o anúncio oficial das listas de prisioneiros libertados como parte do acordo de troca, estas listas incluem prisioneiros de Gaza, mulheres e crianças", afirmou em comunicado.
Segundo a organização, "os nomes e todos os detalhes relacionados com o acordo serão anunciados imediatamente após a conclusão das negociações e a aprovação das listas finais, incluindo o apelido".
Até agora, o ministério da Justiça israelita publicou há dois dias a lista dos 250 prisioneiros palestinianos que cumprem prisão perpétua e que serão libertados no cessar-fogo em troca de reféns israelitas.
Mas o compromisso, segundo o acordo alcançado com o Hamas e promovido pelos Estados Unidos, é que Israel liberte 2.000 prisioneiros palestinos, 250 condenados a prisão perpétua e mais 1.750 reclusos, em troca dos 48 reféns (20 deles vivos) retidos em Gaza.
Na lista publicada até ao momento, não constam figuras proeminentes como Marwan Barghouti --- detido em 2002 durante a segunda Intifada e que muitos palestinianos consideram o sucessor de Mahmud Abás, presidente da Autoridade Nacional Palestina --- ou Ahmed Saadat, ex-secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
Na lista constam Baher Badr, um membro do Hamas condenado a 11 penas perpétuas por planear um atentado à bomba numa estação rodoviária em frente a uma base militar no centro de Israel, que matou oito pessoas em 2004.
Também será libertado Iyad al Rub, um alto funcionário da Jihad Islâmica condenado por assassinar seis israelitas e ferir outros 55 num atentado suicida na cidade de Hadera, em 2006, no centro de Israel.
O governo israelita confirmou hoje que os 20 prisioneiros vivos serão libertados "na segunda-feira de manhã" e resta saber se a entrega dos 28 reféns mortos será simultânea ou logo após o retorno dos vivos.
Também não se sabe quando ocorrerá a entrega dos detidos palestinianos.
Israel e Hamas anunciaram na quarta-feira à noite um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
O cessar-fogo visa por fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
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