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Israel pronto para receber reféns. O que se segue e o que está em aberto?

Israel anunciou hoje estar preparado para o regresso dos reféns detidos na Faixa de Gaza, cuja libertação o Hamas se comprometeu a iniciar na manhã de segunda-feira, pouco antes de uma cimeira internacional sobre o futuro do território palestiniano.

Israel pronto para receber reféns. O que se segue e o que está em aberto?

© Getty Images

Lusa
12/10/2025 15:42 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

PONTOS ESSENCIAIS

A cimeira, que contará com dezenas de chefe de Estado e de Governo árabes, islâmicos, europeus e asiáticos, será copresidida pelos presidentes egípcio, Abdel Fattah al-Sidi, e norte-americano, Donald Trump, decorrerá em Sharm el-Sheikh, uma estância balnear no Egito.

 

Estes desenvolvimentos seguem-se ao acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na sexta-feira, baseado no plano em 20 pontos apresentado pelo Presidente norte-americano, com o objetivo de pôr fim à guerra desencadeada em 7 de outubro de 2023 pelo ataque sangrento do Hamas em território israelita.

Troca de reféns por prisioneiros

Nos termos do acordo, devem ser entregues a Israel até segunda-feira, às 09h00 TMG (10h00 em Lisboa), os 48 reféns ou corpos de reféns ainda detidos na Faixa de Gaza, dos quais se creem que 20 estão vivos.

"A troca de prisioneiros deverá começar na manhã de segunda-feira, como acordado", declarou à AFP Oussama Hamdane, um alto responsável do Hamas.

Em contrapartida, Israel compromete-se a libertar 250 palestinianos detidos por "razões de segurança", incluindo vários condenados por atentados mortais anti-israelitas, bem como 1.700 palestinianos detidos em Gaza desde o início da guerra.

"Cimeira pela paz"

Al-Sisi e Trump vão presidir na tarde de segunda-feira, em Sharm el-Sheikh, a uma "cimeira pela paz" em Gaza, com a participação de líderes de mais de 20 países e do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Segundo a Presidência egípcia, a cimeira "visa pôr fim à guerra na Faixa de Gaza, reforçar os esforços para instaurar a paz e a estabilidade no Médio Oriente e abrir uma nova página de segurança e estabilidade regional".

Entre os participantes anunciados estão o rei Abdullah II, da Jordânia, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o presidente do Conselho da União Europeia, António Costa.

 Israel não estará representado na "cimeira de paz" e o Hamas já anunciou que não participará.

Pontos em aberto

Segundo uma fonte do Hamas, o movimento islamista palestiniano abdicou de participar no futuro governo de Gaza, território sobre o qual assumiu o controlo em 2007.

"O Hamas não participará de todo na fase de transição, o que significa que abdicou do controlo da Faixa de Gaza, mas continua a ser um elemento fundamental da sociedade palestiniana", declarou a mesma fonte à AFP.

A direção do Hamas mantém, porém, oposição unânime ao desarmamento do movimento, considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, um dos pontos centrais do plano norte-americano.

"A entrega de armas proposta está fora de questão", afirmou à AFP um responsável do Hamas, sob anonimato.

Outro dirigente do movimento, Hossam Badran, alertou para negociações "difíceis" na próxima fase do plano Trump, que prevê, além do desarmamento, o exílio dos combatentes do Hamas e a continuação da retirada israelita de Gaza.

Regresso em massa no meio das ruínas

Centenas de milhares de deslocados começaram a regressar ao norte da Faixa de Gaza nas primeiras horas do cessar-fogo, zona que foi o principal alvo da última fase da ofensiva israelita, encontrando, na maioria dos casos, apenas ruínas.

Segundo a Defesa Civil, cerca de 500 mil pessoas regressaram ao norte até sábado.

"Fiquei em frente a estas ruínas e comecei a chorar, todas as memórias foram reduzidas a pó", contou à AFP Raja Salmi, uma mulher que regressou à cidade de Gaza e encontrou o seu prédio destruído.

Durante a noite de sábado para hoje, dezenas de camiões com alimentos, combustível e medicamentos atravessaram o posto fronteiriço de Rafah, no lado egípcio, aguardando autorização para entrar na Faixa de Gaza.

Expectativa em Israel

Em Israel, o país conta as horas para o regresso dos reféns, num ambiente de euforia e ansiedade, com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a afirmar que o país está pronto para receber "imediatamente" os reféns.

"A minha emoção é imensa, não há palavras para a descrever. Comigo, connosco, com todo o povo de Israel que quer os reféns em casa e espera vê-los a todos regressar", declarou no sábado Einav Zangauker, mãe de Matan Zangauker, de 25 anos, sequestrado pelo Hamas, durante uma concentração em Telavive.

Destruição dos túneis

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou hoje que o Exército israelita vai destruir, após a libertação dos reféns, todos os túneis do Hamas em Gaza, no quadro de um "mecanismo internacional [...] sob supervisão dos Estados Unidos".

O Hamas dispõe de uma rede subterrânea de túneis na Faixa de Gaza, usada sobretudo pela sua ala armada. Israel afirma ter destruído muitos desses túneis desde o início da guerra.

Leia Também: Israel só liberta palestinianos após confirmar regresso de todos os reféns

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