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Presidente do Madagáscar denuncia "tentativa ilegal de tomada do poder"

O Presidente malgaxe, Andry Rajoelina, declarou hoje estar em curso uma "tentativa ilegal e forçada de tomada do poder", um dia após um contingente de soldados se reunir ao lado de milhares de manifestantes antigovernamentais na capital, Antananarivo.

Presidente do Madagáscar denuncia "tentativa ilegal de tomada do poder"

© Lusa

Lusa
12/10/2025 08:45 ‧ há 2 horas por Lusa

"A Presidência da República deseja informar a nação e a comunidade internacional que está em andamento em território nacional uma tentativa ilegal e forçada de tomada do poder, contrária à Constituição e aos princípios democráticos ", afirmou Rajoelina, num comunicado.

 

No sábado, soldados malgaxes juntaram-se a milhares de manifestantes nas ruas de Antananarivo, apelando às forças de segurança para "recusarem ordens de disparar" sobre a população e condenando a recente repressão policial.

Antes de abandonarem a sua base militar no distrito de Soanierana, nos arredores de Antananarivo, os soldados do CAPSAT (Corpo do Exército de Pessoal e Serviços Administrativos e Técnicos) apelaram à desobediência. Em 2009, esta mesma base tinha já protagonizado uma rebelião durante o levantamento popular que levou ao poder o atual Presidente.

A manifestação de sábado em Antananarivo foi uma das maiores desde o início dos protestos, a 25 de setembro, desencadeados pelo movimento 'Gen Z' (jovens nascidos entre 1997 e 2012), em contestação aos cortes de água e de eletricidade, que evoluíram para uma crítica generalizada aos responsáveis políticos no poder, a começar pelo Presidente Rajoelina.

Os soldados enfrentaram elementos da 'gendarmaria' em frente a um quartel e entraram na cidade a bordo de veículos militares para se juntarem aos manifestantes na simbólica Praça 13 de Maio, diante da Câmara Municipal de Antananarivo, onde foram recebidos com aplausos e apelos à demissão de Rajoelina.

Na noite de sábado, o novo primeiro-ministro, Ruphin Zafisambo, assegurou que o Governo, "que se mantém firmemente",  está "pronto para colaborar e ouvir todas as forças: os jovens, os sindicatos e o exército".

"Madagáscar não poderá resistir a novas crises se esta divisão entre os cidadãos persistir", acrescentou o general Zafisambo num breve discurso gravado.

Por seu lado, a Presidência divulgou um comunicado garantindo que o Rajoelina "permanece no país" e "continua a gerir os assuntos nacionais".

De acordo com um balanço das Nações Unidas, pelo menos 22 pessoas foram mortas desde o início das manifestações e mais de uma centena ficaram feridas.

O Presidente Rajoelina desmentiu na quarta-feira esses "números errados", estimando as "perdas de vidas" em 12, todas "de saqueadores, de vândalos", segundo afirmou.

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, apelou na sexta-feira às autoridades de Madagáscar para "cessarem o recurso a uma força desnecessária" nos protestos, que já causaram várias mortes.

Apesar das riquezas naturais, Madagáscar continua a ser um dos países mais pobres do mundo e quase 75% da população vivia abaixo do limiar da pobreza em 2022, segundo o Banco Mundial.

Leia Também: Militares em Madagáscar apelam à desobediência e recusam disparar

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