Herminie, médico de profissão, concorreu à frente do partido Unido das Seychelles (US), que liderou o país durante quatro décadas antes de perder o poder em 2020.
O US também tinha vencido as eleições legislativas, no final de setembro.
Herminie superou Wavel Ramkalawan, o presidente cessante e líder do Linyon Democratik Seselwa (LDS, União Democrática das Seychelles), que aspirava a um segundo mandato. Este último liderou a oposição de 1998 a 2011 e de 2015 a 2020, antes de assumir o poder em 2020.
"O povo pronunciou-se", disse Herminie, após ser declarada a vitória.
"Sinto-me profundamente honrado pela confiança que o povo depositou em mim e aceito formalmente este mandato com gratidão, um profundo sentido de dever e uma fé inabalável na força e no caráter do povo das Seychelles", acrescentou.
Nesta segunda volta, as eleições seguiram o mesmo formato de três dias de votação da primeira volta, uma vez que as Seychelles têm 115 ilhas no Oceano Índico, a noroeste de Madagáscar, e as urnas têm de ser transportadas por barco ou avião.
As Seychelles tornaram-se sinónimo de luxo e turismo ecológico, o que colocou o país no topo da lista dos países mais ricos de África em termos de Produto Interno Bruto 'per capita', de acordo com o Banco Mundial.
A contestação ao partido no poder cresceu nos últimos meses.
Uma semana antes da primeira volta, ativistas processaram o Governo, contestando uma decisão recente de conceder um arrendamento de longo prazo de uma área de 400 mil metros quadrados em Assomption, uma das ilhas do país, a uma empresa do Qatar para desenvolver um hotel de luxo.
O arrendamento, que inclui a reconstrução de uma pista de aterragem para facilitar o acesso de voos internacionais, suscitou críticas de favorecimento dos interesses estrangeiros em detrimento do bem-estar e da soberania das Seychelles.
As Seychelles são especialmente vulneráveis às alterações climáticas, incluindo o aumento do nível do mar, de acordo com o Banco Mundial e com o Grupo de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O país também enfrenta uma crise de dependência alimentada pela heroína. Um relatório da ONU de 2017 descreveu o país como uma importante rota de trânsito de drogas, e o Índice Global do Crime Organizado de 2023 apontou que a nação insular tem uma das taxas mais altas de dependência de heroína do mundo.
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