Na denominada Praça dos Reféns juntaram-se hoje cerca de 400.000 pessoas - número noticiado pela agência espanhola Europa Press -, onde o norte-americano Steve Witkoff disse que o acordo alcançado é de "uma paz que não nasce da política, mas da coragem daqueles que se recusam a desistir".
Israel e o movimento radical palestiniano Hamas concluíram na madrugada de quinta-feira, no Egito, um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor na sexta-feira, prevendo a libertação dos reféns detidos em Gaza dentro de 72 horas em troca de prisioneiros detidos por Israel.
Este acordo baseia-se num plano anunciado no final de setembro pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pôr fim a dois anos de guerra no território palestiniano.
Um dirigente do movimento islamista disse à agência France-Presse (AFP) que o Hamas não vai participar na assinatura oficial do acordo de paz com Israel e considerou "absurda" a ideia de expulsar os membros do grupo da Faixa de Gaza.
Hoje, na Praça dos Reféns, Steve Witkoff elogiou a intervenção de Donald Trump no processo de acordo de paz, assim como do genro do Presidente, Jared Kushner, dos líderes árabes e muçulmanos, do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e das famílias dos reféns.
Ao ser nomeado, Benjamin Netanyahu foi vaiado pelos presentes na concentração em Telavive.
Os enviados especiais dos Estados Unidos para o Médio Oriente estiveram também na Faixa de Gaza, numa visita conduzida pelo chefe do Estado-Maior de Israel, o tenente-general Eyal Zamir, e que contou ainda com a presença do comandante norte-americano para o Médio Oriente, o almirante Brad Cooper.
A estação norte-americana Fox News noticiou que esta visita serviu para confirmar a retirada parcial das forças militares israelitas, que é uma condição indispensável para garantir a libertação dos reféns israelitas por parte do Hamas, em troca de centenas de palestinianos detidos em prisões israelitas.
Segundo a AFP, Steve Witkoff e Jared Kushner também estiveram num encontro organizado pelas famílias dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza, quando se aguarda a libertação de pelo menos 48 pessoas --- vivas e mortas --- no âmbito do acordo entre Israel e o movimento radical.
O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
A ofensiva israelita também destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e provocou a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
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