De acordo com o exército israelita, citado pela agência France-Presse (AFP), Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fizeram uma visita à Faixa de Gaza, ao segundo dia de um cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas.
A visita foi conduzida pelo chefe do Estado-Maior de Israel, o tenente-general Eyal Zamir, e contou ainda com a presença do comandante norte-americano para o Médio Oriente, o almirante Brad Cooper.
Esta deslocação ao enclave palestiniano acontece no âmbito dos preparativos para o estabelecimento da missão de observação do cessar-fogo liderada pelos Estados Unidos.
A estação televisiva Fox News noticiou que esta visita serviu para confirmar a retirada parcial das forças militares israelitas, que é uma condição indispensável para garantir a libertação dos reféns israelitas por parte do Hamas, em troca de centenas de palestinianos detidos em prisões israelitas.
Segundo a AFP, Steve Witkoff e Jared Kushner também estiveram num encontro organizado pelas famílias dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza, quando se aguarda a libertação de pelo menos 48 pessoas - vivas e mortas - no âmbito do acordo entre Israel e o movimento radical.
Israel e Hamas anunciaram na quarta-feira à noite um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egito, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada "linha amarela" demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos.
O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
A ofensiva israelita também destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e provocou a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
[Notícia atualizada às 19h12]
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