O protesto foi organizado pelo coletivo de desobediência civil Code Rouge, juntamente com outras organizações que pedem o fim das exportações de armas para Israel.
"Viemos denunciar a cumplicidade das empresas belgas no genocídio de Gaza e na colonização da Palestina", declarou um dos porta-vozes da coligação belga à imprensa local.
A fábrica da Industeel, propriedade do grupo Arcelor Mittal - a maior empresa siderúrgica do mundo -, foi escolhida para o protesto após uma entrega, em abril, de várias toneladas de aço ao ministério da Defesa israelita.
Os manifestantes bloquearam a entrada do recinto com blocos de betão e outros objetos, e conseguiram interromper o trabalho dos operários presentes na fábrica. De acordo com o movimento, houve uma centena de detenções.
"Após o cessar-fogo (em Gaza), devemos levantar o bloqueio ilegal a Gaza e aos territórios palestinianos, acabar com a ocupação israelita e libertar a Palestina", afirmou o coletivo Code Rouge nas redes sociais, apelando à continuação da mobilização em Bruxelas esta tarde.
Após terminada ação, alguns manifestantes interromperam o tráfego ferroviário ao aceder os trilhos, informaram os meios de comunicação locais.
A Infrabel, empresa administradora da rede ferroviária, disse que 18 comboios tiveram que ser cancelados e que foram registados mais de 160 minutos de atraso no total.
Além disso, anunciou que tomará medidas legais contra os autores por obstruir a ferrovia.
Os grupos de desobediência civil apelaram ao bloqueio de infraestruturas em vários países europeus este fim de semana.
Entre eles, outros 800 ativistas bloquearam o acesso ferroviário ao porto de Roterdão pela segunda vez, hoje. A polícia informou que pelo menos 100 pessoas foram detidas.
"O porto de Roterdão é a artéria do império da logística, um sistema que permite e apoia o comércio de armas, o genocídio e a opressão colonial", afirmou o coletivo holandês Geef Tegengas numa mensagem nas redes sociais.
Israel e Hamas anunciaram na quarta-feira à noite um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada "linha amarela" demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos.
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