"Espero que esta decisão sobre Maria Corina realmente ajude o país. Que ajude o país a recuperar a serenidade, a redescobrir o caminho da democracia e a cooperação entre todos os partidos políticos", disse o "número dois" do Vaticano na sexta-feira à noite, à margem de um evento.
O cardeal italiano Pietro Parolin conhece bem a Venezuela, onde foi núncio entre 2009 e 2013, quando o papa Francisco o chamou para o Vaticano para ser secretário de Estado do Vaticano.
O Comité Norueguês do Nobel escolheu Maria Corina Machado "pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia", explicou a organização do Nobel.
"Enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela, María Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos", sublinhou o Comité.
Sublinhando que o Prémio Nobel da Paz foi atribuído, este ano, a uma "corajosa e empenhada defensora da paz", o porta-voz do Comité do Nobel explicou tratar-se de "uma mulher que mantém a chama da democracia acesa no meio da crescente escuridão".
Para a organização do Prémio Nobel, Maria Corina Machado tem sido uma "figura-chave e unificadora numa oposição política que anteriormente estava profundamente dividida", exigindo eleições livres e um governo representativo.
"Numa altura em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender" isto, adiantou.
Fundadora da Súmate, uma organização dedicada ao desenvolvimento democrático, Maria Corina Machado "defende eleições livres e justas há mais de 20 anos", referiu o Comité, lembrando uma declaração da própria: "Foi uma escolha de votos em vez de balas".
A opositora venezuelana "tem defendido a independência judicial, os direitos humanos e a representação popular" e passou "anos a trabalhar pela liberdade do povo venezuelano", referiu o Comité Nobel.
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