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"Regressamos ao desconhecido": Palestinianos retornam a casa. As imagens

Nas estradas, crianças, mulheres e idosos fazem o percurso, na sua maioria a pé, por vezes com carroças puxadas por burros. Caminham, literalmente, com a 'casa às costas', sem a certeza se as suas habitações ainda permanecem de pé.

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© REUTERS/Mahmoud Issa

Carolina Pereira Soares
11/10/2025 08:25 ‧ há 7 horas por Carolina Pereira Soares

A população da Faixa de Gaza já está a regressar ao norte do enclave, após a retirada das tropas israelitas, prevista no acordo de paz que entrou em vigor na sexta-feira.

 

A AlJazeera noticia que desde a manhã deste sábado, se têm visto milhares de famílias nas estradas, rumo, nomeadamente, à Cidade de Gaza, de onde tiveram de sair devido às ordens de evacuação israelitas e aos bombardeamentos frequentes.

Nas estradas, crianças, mulheres e idosos fazem o percurso, na sua maioria a pé, por vezes com carroças puxadas por burros. Alguns ainda têm viaturas próprias. Ambos os veículos carregam o pouco que estas famílias conseguiram manter durante os dois anos de conflito, durante os quais, a grande maioria dos palestinianos teve de abandonar as casas e viver em tendas, em campos de refugiados.

Veja as imagens deste regresso na nossa galeria acima.

Muitos fazem o caminho através da Estrada de al-Rashid, uma autoestrada que liga o Norte ao Sul de Gaza, que durante o conflito foi fortemente danificada pelos ataques de Telavive. A estrada é aquela que é possível ver nas imagens, por onde milhares caminham, literalmente, ‘com a casa às costas’.

O percurso acidentado, mostra-se difícil de fazer para quem viaja carregado, mas também para os mais velhos e para os mais fragilizados.

A viagem, agora, de regresso a casa é também uma viagem em direção ao desconhecido. Grande parte dos edifícios e infraestruturas no enclave está, segundo os relatos de jornalistas na região, completamente destruídos devido aos ataques israelitas.

“Nós regressamos ao desconhecidos, sem saber se as nossas casas ainda existem”, disse Maryam Abu Jabal, ao AlJazeera.

“Tudo mudou. Estamos a regressar a um desastre que não conseguimos compreender”, afirmou Mohammed Sharaf. “Pensávamos que íamos sair [de casa] por uns dias, e agora estamos de volta e encontramos nada.”

A 7 de outubro de 2023, um ataque levado a cabo pelo Hamas, fez mais de 200 reféns e 1.200 mortos. 

A guerra declarada por Israel, como retaliação, para "erradicar" o Hamas, fez, até agora, mais de  67 mil mortos (incluindo mais de 20 mil crianças) e quase 170 mil feridos, na maioria civis, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Atualmente, está em vigor um cessar-fogo, acordado por ambas as partes na quarta-feira, e possível através dos esforços, em particular, dos Estados Unidos e do plano elaborado pela administração de Trump. Na segunda-feira, está prevista uma troca de reféns entre Israel e o Hamas, na qual o presidente norte-americano planeia estar presente.

Recordar que o Hamas governa, de forma autocrática, a Faixa de Gaza desde 2006, quando foi eleito por uma população que vive há longas décadas um conflito com Israel. Aliás, desde a formação do Estado israelita, em 1948 (como resultado da II Guerra Mundial e da perseguição a judeus), têm existido diversos confrontos armados, levando à morte de milhares.

Leia Também: Tropas norte-americanas já chegaram a Israel para vigiar o cessar-fogo

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