"Penso que sim. Todos estão cansados de lutar", frisou o chefe de Estado norte-americano aos jornalistas na Sala Oval, reafirmando a sua intenção de viajar para Israel este fim de semana, onde deverá discursar no Knesset (Parlamento) e no Egito.
O Presidente dos EUA voltou a manifestar confiança de que o cessar-fogo em Gaza levará a uma paz mais ampla no Médio Oriente.
"Temos alguns pequenos pontos críticos agora, mas são muito pequenos (...) Serão muito fáceis de extinguir. Estes incêndios serão controlados muito rapidamente", acrescentou.
O republicano revelou que se vai reunir "com muitos líderes" no Egito na segunda-feira para discutir o futuro da Faixa de Gaza, devastada por dois anos de guerra, acrescentando que a reunião terá lugar no Cairo.
Disse que também se dirigirá ao Parlamento israelita durante a sua visita ao país, no início do dia.
O republicano explicou que vai viajar para Israel e depois regressar ao Egito no âmbito do acordo de libertação de reféns e retirada de tropas assinado com o Hamas a meio da semana.
Trump não detalhou o seu itinerário de viagem, mas ressalvou que o processo de libertação de reféns terá início na segunda-feira, um dos pontos acordados entre Israel e o Hamas na quarta-feira.
De acordo com o media digital norte-americano Axios, Trump está a planear uma espécie de cimeira sobre Gaza no Egito, com a participação de líderes do mundo árabe e de alguns países europeus, no início da próxima semana.
A iniciativa procura supervisionar a reconstrução de Gaza, coordenar a assistência internacional e criar mecanismos de monitorização para garantir o cumprimento dos compromissos de cessar-fogo, reforçando o papel dos Estados Unidos como mediadores na região.
O Exército israelita revelou em comunicado que o acordo de cessar-fogo entrou em vigor às 12:00 de sexta-feira.
Fontes palestinianas indicaram que as equipas de defesa civil recuperaram 99 corpos em várias zonas da Faixa de Gaza, depois de as tropas israelitas terem concluído, esta manhã, a primeira retirada prevista no acordo de cessar-fogo.
Após a retirada das tropas para a chamada "linha amarela" --- nome dado em homenagem à cor do mapa fornecido pela Casa Branca no momento do anúncio do acordo --- milhares de habitantes do enclave começaram a deslocar-se para norte, em direção à Cidade de Gaza, ao longo da estrada costeira de Al-Rashid.
Imagens divulgadas ao início do dia mostraram uma fila contínua de pessoas a dirigir-se para a parte norte do território, onde o Exército israelita alertou que várias áreas permaneciam "extremamente perigosas" para a população civil.
A partir da entrada em vigor do acordo, o Hamas tem 72 horas para entregar os 48 reféns que mantém em cativeiro, dos quais Israel estima que apenas cerca de 20 ainda estejam vivos.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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