Os prisioneiros palestinianos que beneficiarão do pacto estão a cumprir prisão perpétua em prisões israelitas, embora o acordo tenha deixado de fora figuras proeminentes da política palestiniana, como Marwan Barghouti, um dos líderes da Primeira e Segunda Intifada e uma figura política proeminente dentro do partido Al Fatah (no poder na Cisjordânia), ou o líder da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), Ahmad Saadat.
Segundo a lista publicada pelo Ministério da Justiça israelita, vários altos funcionários do movimento islamita palestiniano Hamas (que controla Gaza desde 2007), como Ibrahim Hamed e Hassan Salameh, também não serão libertados, apesar da pressão do grupo armado palestiniano para obter a libertação destes representantes.
Dos 250 prisioneiros que serão libertados, estima-se que 15 serão transferidos para Jerusalém Oriental, enquanto uma centena irá para a Cisjordânia e outros 135 serão sujeitos a deportação.
No entanto, várias mudanças de última hora foram introduzidas ao longo desta manhã, na qual o cessar-fogo na Faixa de Gaza também entrou em vigor, de acordo com informações recolhidas pelo jornal The Times of Israel.
Assim, Iyad Abu al-Rub, comandante da Jihad Islâmica na área de Jenin e condenado por orquestrar ataques terroristas em solo israelita, deverá ser libertado, juntamente com Mohammed Zakarne, um membro da Fatah que planeou um ataque em 2009.
A eles junta-se Mohammed Abu al-Rub, condenado por um ataque com faca em 2017. Mahmud Qawasmi, um alto funcionário do Hamas libertado e preso novamente em Gaza em 2024, também será entregue.
O acordo inclui a libertação de mais de 1.700 habitantes de Gaza detidos após o ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, mas que não estiveram envolvidos nos ataques, incluindo todas as mulheres e crianças detidas neste contexto.
Da mesma forma, por cada refém israelita cujo corpo for entregue, Israel entregará os restos mortais de 15 habitantes de Gaza falecidos.
Por sua vez, o Gabinete de Informação de Prisioneiros Palestinianos, afiliado ao Hamas, disse num comunicado que "ainda não foi alcançado um acordo sobre o conteúdo da lista e os nomes a incluir na troca".
"Uma vez alcançado um acordo sobre os nomes dos presos, as listas oficiais serão publicadas na plataforma do gabinete", sublinhou.
Na madrugada de hoje, o Governo israelita aprovou a primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza e libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas, impulsionado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, tendo o entendimento entrado em vigor hoje às 12h00 locais (10h00 em Lisboa).
De acordo com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dos 48 reféns (47 dos quais raptados a 07 de outubro de 2023, durante os ataques do Hamas a Israel, que deram início à guerra, e um soldado morto em 2014, cujos restos mortais estão na posse do grupo extremista palestiniano), 20 estão vivos e 28 mortos.
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