"Os reféns [do movimento islamita Hamas] regressarão [a Israel] na segunda ou terça-feira. Provavelmente estarei lá. Espero estar lá. Estamos a planear partir no domingo, e estou desejoso disso", disse Trump aos jornalistas na Casa Branca, ao receber o presidente finlandês Alexander Stubb.
O Presidente norte-americano garantiu também que "ninguém será forçado a sair [de Gaza], muito pelo contrário" no âmbito do seu plano de paz, cuja primeira fase mereceu acordo de Hamas e Israel na quarta-feira.
A Presidência israelita admitiu hoje a possibilidade de Donald Trump se deslocar domingo a Israel, no quadro do plano de paz.
"Tendo em conta a esperada libertação dos reféns e a próxima visita do Presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, a Israel, [o Presidente de Israel, Isaac Herzog] decidiu cancelar um evento público [na sua residência], que estava agendado para domingo, 12 de outubro de 2025", indicou o comunicado.
"A decisão foi tomada devido às restrições de segurança previstas em Jerusalém durante a visita e aos desenvolvimentos históricos que deverão ocorrer nos próximos dias", acrescentou a mesma nota.
Trump impulsionou o atual plano de paz e foi quem anunciou o acordo na quarta-feira, após vários dias de contactos indiretos entre as partes no Egito.
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou abertamente nas redes sociais que o Presidente norte-americano merece ganhar o Prémio Nobel da Paz.
Netanyahu também convidou Trump para um discurso perante o parlamento (Knesset) durante a próxima visita a Israel, sem mencionar datas, após uma conversa "conversa emocionada" na qual os dois trocaram parabéns por uma "conquista histórica" que ainda não se materializou.
A primeira etapa do plano de paz contempla a libertação de quase dois mil prisioneiros palestinianos em troca do regresso a casa dos 48 reféns ainda em posse do Hamas. Israel estima que apenas 20 estejam vivos.
O grupo, que tem protagonizado ações terroristas em defesa da causa palestiniana, anunciou ter entregado a lista de prisioneiros que pretende ver libertados às autoridades israelitas, mas Israel ainda não se pronunciou.
Cerca de 250 são pessoas condenadas à pena perpétua e outras 1.700 são presos na sequência do atentado de 07 de outubro de 2023.
Está ainda prevista nesta fase a entrada de ajuda humanitária em Gaza e uma retirada parcial das Forças da Defesa de Israel.
Os militares hebraicos terão de ficar posicionados atrás da denominada "linha amarela", um perímetro de entre 1,5 e 6,5 quilómetros, consoante as zonas fronteiriças abrangidas.
O Governo de Netanyahu já ratificou a primeira fase do plano de paz em Gaza e o recuo das tropas deverá acontecer em 24 horas, havendo então 72 horas para a troca de reféns e prisioneiros entre as partes.
Em Jerusalém, Benjamin Netanyahu reuniu-se hoje com o enviado especial do Presidente norte-americano para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e o seu genro, Jared Kushner, informou num breve comunicado o gabinete do primeiro-ministro israelita.
Os dois enviados especiais reuniram-se ainda com o presidente israelita, Isaac Herzog, com quem discutiram também o regresso dos reféns e o fim da ofensiva na Faixa de Gaza.
Herzog expressou ainda a ambos a sua "profunda gratidão" pelo seu "papel fundamental e histórico em trazer os reféns de volta a casa, promover a segurança de Israel, fortalecer o bem-estar dos seus cidadãos e construir uma nova era de cooperação no Médio Oriente".
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