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Presidente cubano critica Nobel para Corina Machado: "Vergonhoso"

A entrega do Prémio Nobel da Paz de 2025 à líder da oposição venezuelana María Corina Machado foi hoje criticada pelo Presidente cubano, cujo regime comunista tem em Caracas um dos principais aliados, mas saudada pela oposição cubana.

Presidente cubano critica Nobel para Corina Machado: "Vergonhoso"

© Reuters

Lusa
10/10/2025 22:10 ‧ há 3 horas por Lusa

Numa sequência de mensagens nas redes sociais, o líder cubano Miguel Díaz-Canel afirmou ser "vergonhoso" atribuir este prémio a Machado, "uma pessoa que instiga a intervenção militar na sua terra natal e, nos últimos anos, protestos de rua em que pessoas foram queimadas vivas".

 

"A politização, o preconceito e o descrédito do Comité Norueguês do Prémio Nobel da Paz atingiram limites inimagináveis", afirmou Díaz-Canel, cujo regime tem sido ele próprio alvo de críticas em relatórios periódicos do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, nomeadamente pela repressão de protestos e situação de presos políticos.

O regime comunista de Cuba e a Venezuela de Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, tornaram-se aliados regionais, ideologicamente próximos e tendo como inimigo comum os Estados Unidos.

Alvo de um embargo internacional prolongado, Havana depende do regime de Maduro para adquirir petróleo e combustíveis refinados, entre outros bens.

"Rejeitamos firmemente esta manobra política que tenta isolar a Venezuela e minar a sua liderança bolivariana, liderada pelo seu Presidente legítimo, Nicolás Maduro", declarou o presidente.

María Corina Machad foi impedida de concorrer às últimas eleições: em janeiro de 2024, o Supremo Tribunal de Justiça a proibiu de ocupar cargos públicos durante 15 anos.

As autoridades eleitorais venezuelanas declararam Maduro vencedor das eleições de julho de 2024, contra uma coligação da oposição de que fazia parte o partido de Corina Machado, mas nem este bloco nem grande parte da comunidade internacional reconheceram os resultados, que consideraram viciados. 

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, que está repleto de apoiantes de Maduro, declarou-o vencedor das eleições horas após o fecho das urnas. Mas, ao contrário das eleições presidenciais anteriores, as autoridades eleitorais não forneceram contagens detalhadas dos votos.

Entretanto, a principal coligação da oposição recolheu folhas de cálculo de 80% das urnas eletrónicas do país, publicou-as 'online' e disse que os registos de votação mostravam que González ganhou as eleições com o dobro dos votos de Maduro.

O governo ignorou os apelos à transparência vindos de dentro e de fora da Venezuela e a Assembleia Nacional (Parlamento), controlada pelo partido no poder, enviou a Maduro um convite para a sua cerimónia de tomada de posse.

O candidato da oposição, Edmundo González, deixou a Venezuela em setembro de 2024 para se exilar em Espanha depois de ter sido emitido um mandado de detenção no âmbito de uma investigação sobre a publicação dos cadernos de contagem de votos, enquanto Machado passou à clandestinidade. 

Dezenas de governos, incluindo os Estados Unidos, reconheceram González como o vencedor das eleições.

Os protestos pós-eleitorais, de grande escala, foram reprimidos com violência e milhares de detenções, tendo a ONU apelado a uma comissão de inquérito internacional por suspeitas de abusos de direitos humanos por parte das autoridades.  

Também hoje, a plataforma de oposição Conselho para a Transição Democrática em Cuba (CTDC) manifestou a sua "profunda alegria" e reconheceu a "firmeza e perseverança" da líder venezuelana.

"María Corina demonstrou uma liderança inequívoca com firmeza e perseverança, unindo a oposição venezuelana num projeto comum", afirmou o CTDC em comunicado.

O Comité Nobel Norueguês atribuiu esta manhã o Nobel da Paz 2025 à opositora venezuelana Maria Corina Machado, ex-deputada da Assembleia Nacional da Venezuela entre 2011 e 2014.

Corina Machado foi premiada "pelo trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia", explicou o comité.

Nascida em 1967, na Venezuela, Maria Corina Machado é uma das principais vozes da oposição democrática ao regime de Maduro, e chegou a ser a candidata favorita à vitória nas presidenciais de julho de 2024.

Leia Também: Venezuelanos divididos sobre atribuição do Nobel da Paz a Corina Machado

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