Em declarações à Lusa, Bugalho, que falou também em nome do grupo do Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), salientou ter falado várias vezes com a homenageada no último ano e meio.
"O seu entusiasmo e resiliência são quase sobrenaturais", destacou o porta-voz da elegação do PSD no PPE, acrescentando que "quando escrevemos, negociámos e aprovámos a resolução do Parlamento Europeu que reconheceu a vitória eleitoral do seu movimento democrático, foi a primeira a telefonar, a dizer obrigado, a dizer 'não desistam', 'não se esqueçam de nós'".
O eurodeputado, que é também vice-coordenador do PPE para os Assuntos Externos foi um dos principais promotores da candidatura, a par da delegação espanhola no PPE.
Bugalho recordou ainda que "o PSD e o CDS propuseram em conjunto a sua nomeação para o Prémio Sakharov, anualmente atribuído pelo Parlamento Europeu, com que foi distinguida no final de 2024".
"Hoje, dizemos apenas o que ela nos diria a nós: esta é uma vitória de todos os democratas venezuelanos, dos que resistem e dos que foram forçados a abandonar o seu país, dos presos políticos aos obrigados a mudar de morada todas as semanas. É deles que não nos esquecemos. São eles que María Corina representa. São eles, hoje, que vencem o Nobel da Paz", referiu também.
O Comité norueguês do Nobel anunciou hoje que o Prémio Nobel da Paz 2025 foi atribuído à opositora venezuelana María Corina Machado "pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".
"Enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela, María Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos", sublinhou o Comité.
Nascida em 1967, na Venezuela, Maria Corina Machado é uma das principais vozes da oposição democrática ao regime de Nicolás Maduro, tendo sido candidata favorita à vitória nas eleições presidenciais de julho de 2024.
No entanto, foi impedida de concorrer quando, em janeiro de 2024, o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado com o Governo de Maduro, a proibiu de ocupar cargos públicos durante 15 anos.
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