O exército israelita anunciou que o cessar-fogo em Gaza entrou em vigor hoje às 12h00 locais (10h00 em Lisboa).
Uma fila quase ininterrupta de pessoas caminhava ao longo da estrada al-Rachid, eixo costeiro que margeia o Mediterrâneo, em direção ao norte da Faixa de Gaza.
Alguns veículos avançavam lentamente na mesma direção, no meio da multidão, relataram jornalistas da AFP a partir de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.
Face ao movimento da população em direção ao norte, o exército israelita alertou que várias zonas do território continuavam a ser "extremamente perigosas" mesmo após a entrada em vigor do cessar-fogo.
O porta-voz árabe do exército, coronel Avichay Adraee, disse num comunicado ser "extremamente perigoso aproximar-se das zonas [das cidades] de Beit Hanoun, Beit Lahia, Al-Shujaiya [bairro da cidade de Gaza] e outras zonas de concentração das forças israelitas".
No sul, "é extremamente perigoso aproximar-se da zona do ponto de passagem de Rafah", na fronteira com o Egito, referiu no comunicado citado pela AFP.
Alertou ainda que os civis não se devem aproximar "do corredor Filadélfia [ao longo da fronteira egípcia], bem como de todas as zonas de concentração das forças [israelitas] em Khan Younis", a grande cidade da parte meridional do território.
O cessar-fogo entrou em vigor na sequência do acordo alcançado na quarta-feira entre as partes em negociações realizadas no Egito sob mediação egípcia, do Qatar, dos Estados Unidos e da Turquia.
Além do cessar-fogo, o acordo prevê a retirada do exército israelita para uma zona delimitada da Faixa de Gaza e a troca dos reféns ainda detidos pelo Hamas por palestinianos presos em Israel.
Trata-se da primeira fase do plano de paz proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que foi aceite por Israel.
Um oficial de segurança israelita disse à agência de notícias norte-americana The Associated Press (AP), na condição de não ser identificado dada a sensibilidade da retirada, que os militares controlariam cerca de 50% de Gaza nas novas posições.
A guerra em Gaza foi desencadeada há dois anos pelo ataque do grupo extremista Hamas em Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza contra o Hamas que causou já a morte de mais de 67.200 palestinianos e a destruição generalizada do enclave.
Israel enfrenta acusações de genocídio em Gaza e de usar a fome como arma de guerra, que nega.
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