"O acordo de cessar-fogo entrou em vigor às 12h00", disse o porta-voz do exército israelita em árabe, Avichai Adrai, numa mensagem na rede social X.
O mesmo responsável indicou que as tropas das Forças de Defesa de Israel (FDI) já estão "nas novas linhas de destacamento operacional, com base no acordo de cessar-fogo e no regresso dos reféns", referindo-se à chamada 'linha amarela', definida no acordo mediado pelos Estados Unidos, Qatar, Egito e Turquia, com base no plano de paz apresentado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Com a entrada em vigor do cessar-fogo, começa a contar o período de 72 horas para a libertação dos 48 reféns, dos quais 20 vivos, que continuam retidos em Gaza desde o ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023.
Segundo Adrai, "as forças das FDI no Comando Sul estão destacadas na área e continuarão a operar para eliminar qualquer ameaça imediata".
Nas últimas horas, o exército israelita realizou ataques enquanto retirava. A porta-voz do governo israelita, Shosh Bedrosian, disse que o exército manteria o controlo de 53% do território, quando antes do cessar-fogo dominava mais de 80% do enclave palestiniano.
Os soldados também deixaram o posto de controlo militar localizado no corredor Netzarim, ao sul da capital.
O porta-voz militar em árabe confirmou em comunicado que a circulação do sul para o norte de Gaza é permitida tanto através de al-Rashid como da estrada Salah al Din, mas advertiu que o norte do enclave - Beit Hanoun, Beit Lahia e Shujaiya - continua perigoso devido à "concentração de tropas", bem como a entrada para o Mar Mediterrâneo.
O Hamas não se pronunciou até agora sobre a entrada em vigor do cessar-fogo.
Um funcionário da Defesa Civil de Gaza, Mohammad al-Moughayyir, disse à agência France-Presse (AFP) que as forças israelitas se retiraram de várias áreas da cidade de Gaza, no norte do território, que estava há semanas sob uma ofensiva das forças israelitas, que ordenaram a retirada dos civis, cerca de um milhão, para o sul.
No sul da Faixa de Gaza, "veículos israelitas retiraram-se das partes sul e central da cidade de Khan Yunis para as áreas orientais", disse o mesmo responsável à AFP.
Após a sua validação pelo gabinete de segurança israelita, o Governo de Benjamin Netanyahu aprovou o acordo alcançado no Egito na madrugada de hoje.
De acordo com um oficial do Hamas, os reféns vivos serão libertados em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos mantidos por Israel, "simultaneamente com retiradas israelitas específicas (de Gaza) e uma entrada de (mais) ajuda humanitária".
O oficial do grupo palestiniano não mencionou os sequestrados mortos.
O acordo alcançado no Egito faz parte de um plano de 20 pontos de Trump que prevê um cessar-fogo em Gaza, a libertação de reféns, uma retirada israelita em etapas de Gaza, o desarmamento do Hamas e o estabelecimento de uma autoridade de transição composta por tecnocratas, liderada por um comité presidido pelo próprio Trump e pelo antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair.
As negociações para a segunda fase, relativa ao desarmamento do Hamas e à continuação da retirada israelita, deveriam começar "imediatamente" após a assinatura do acordo sobre a primeira fase, na quinta-feira, segundo um responsável do Hamas.
O movimento islamita ainda não reagiu ao ponto sobre o seu desarmamento.
O ataque de 7 de outubro resultou na morte de 1.219 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Em resposta, Israel lançou uma campanha militar em Gaza que, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, causou mais de 67.194 mortes, a maioria civis, e causou um desastre humanitário.
[Notícia atualizada às 11h42]
Leia Também: Trump confirma que partida para Médio Oriente está prevista para domingo