Segundo os responsáveis daquelas forças políticas, as reuniões foram agendadas durante a madrugada para a partir das 14:30 (13:30, em Lisboa), sem ordem de trabalhos, relatou a France Info.
O Palácio do Eliseu, residência oficial do chefe de Estado francês, anunciou na quarta-feira ter estipulado um prazo de 48 horas até nomear um líder executivo, já que Sébastien Lecornu havia apresentado a sua demissão na segunda-feira, pela manhã, somente 14 horas após ser conhecido o seu elenco governativo completo.
Macron pediu a Lecornu que continuasse mais dois dias em funções para averiguar se era possível compor outro executivo com a atual composição parlamentar.
O incumbente considerou na quarta-feira, pela tarde, que havia a possibilidade de tentar formar um novo governo que consiga apresentar um orçamento do estado para 2026 sem necessidade de eleições legislativas antecipadas.
Da convocatória presidencial para as audições da tarde de hoje ficaram excluídas a União Nacional (RN, na sigla francesa), da populista de extrema-direita Marine Le Pen, e a França Insubmissa, do radical esquerdista Jean-Luc Mélenchon.
Le Pen já afirmou que vai censurar qualquer primeiro-ministro que seja nomeado por Macron, defendendo eleições antecipadas, enquanto Mélenchon aponta o presidente como o grande culpado da crise política que se tem vindo a arrastar em França e que a solução passa por ele abdicar do poder.
Segundo a imprensa francesa, entre os possíveis nomes para suceder a Lecornu - sem afastar a hipótese de este se manter - estão o ex-ministro conservador Jean-Louis Borloo e o antigo primeiro-ministro socialista Bernard Cazeneuve.
A questão orçamental apresenta-se crucial porque, além da crise política, França vive momentos de muita agitação social devido à sua situação financeira, com um défice de 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e diversos incumprimentos de metas europeias.
A dívida francesa continua a aumentar, tendo atingido 115,6% do PIB no final do segundo semestre.
Leia Também: França. Lecornu considera não ser momento para mudar de presidente