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Procuradora-geral acusada após pressão de Trump denuncia "retaliação" 

A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, afirmou hoje que a acusação de fraude hipotecária que lhe foi movida pela procuradoria federal, após pressão nesse sentido do Presidente norte-americano, Donald Trump, constitui uma "retaliação política". 

Procuradora-geral acusada após pressão de Trump denuncia "retaliação" 

© Reuters

Lusa
09/10/2025 23:59 ‧ há 14 horas por Lusa

Mundo

Letitia James

"Combateremos vigorosamente estas acusações infundadas (...) E continuarei a fazer o meu trabalho", afirmou a procuradora-geral, cuja acusação tinha sido publicamente pedida por Trump à procuradora-geral Pam Bondi. 

 

Segundo o canal norte-americano CNN, Letitia James estava sob investigação desde maio por causa de uma hipoteca de 2023 que fez para ajudar a sobrinha a comprar uma casa em Norfolk, Virgínia.  

Os advogados de James admitem um erro no preenchimento de um documento, mas afirmam que o mesmo foi corrigido atempadamente e que não há sustentação mínima para a acusação, segundo a mesma fonte.  

De acordo com vários media norte-americanos, a acusação foi apresentada em Alexandria, no estado da Virgínia.  

O líder dos democratas do Senado norte-americano, Chuck Schumer, afirmou que a acusação contra James demonstra "tirania" por parte de Donald Trump. 

"É este o rosto da tirania. O Presidente Trump está a usar o Departamento de Justiça como a sua arma pessoal, visando a procuradora-geral James pelo 'crime' de o processar por fraude - e ganhar", criticou o senador eleito por Nova Iorque.  

"Isto não é justiça. Isto é vingança", acrescentou Chuck Schumer. 

No estado de Nova Iorque, os procuradores são eleitos, e James é membro do Partido Democrata. 

James ganhou em 2024 em Nova Iorque um processo civil por fraude contra Trump, os seus filhos adultos e a sua imobiliária, tendo o julgamento sido marcado por acesas trocas de palavras entre o então candidato presidencial republicano e a procuradora nova-iorquina.   

Um juiz considerou os réus responsáveis por fraude, por inflacionar o valor das suas propriedades, e ordenou que Trump pagasse 355 milhões de dólares em multas, decisão de que o empresário e agora Presidente recorreu.   

No mês passado, a CNN noticiou que os procuradores do Departamento de Justiça da Virgínia, liderados na altura por Erik Seibert, entrevistaram dezenas de testemunhas e acreditaram não ter reunido provas suficientes para sustentar acusações criminais contra Letitia James.    

Sob pressão de Trump para apresentar acusações contra James e o ex-diretor do FBI James Comey, Seibert demitiu-se e foi substituído como procurador por Lindsey Halligan, antiga advogada pessoal de Trump.  

Sem experiência como procuradora federal, Halligan apressou-se a apresentar o caso de Comey a um grande júri poucos dias depois de ser nomeada.  

Comey foi acusado de obstrução à justiça e perjúrio por um grande júri federal em Alexandria, estado da Virgínia.  

A acusação decorre de um depoimento de Comey ao Comité Judiciário do Senado em setembro de 2020 sobre a investigação do FBI às ligações entre a campanha presidencial de Trump em 2016 e a Rússia.  

O Departamento de Justiça abriu também uma investigação contra o ex-conselheiro de segurança nacional de Trump, John Bolton, o senador democrata da Califórnia, Adam Schiff, que promoveu o processo de destituição presidencial pelo Congresso, após o assalto ao Capitólio em janeiro de 2021, do agora reeleito Presidente.  

Depois de várias vezes se ter referido em público a James e outros como indivíduos contra os quais o Departamento de Justiça deveria mover processos, em setembro Trump pressionou publicamente a procuradora-geral, Pam Bondi, manifestando surpresa na sua plataforma Truth Social pelo facto de Comey ainda não ter sido acusado.   

Leia Também: Procuradora-geral de Nova Iorque acusada de fraude após pedido de Trump

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