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Cerca de 170 mil toneladas de ajuda prontas para entrar em Gaza

O líder de assuntos humanitários da ONU, Tom Fletcher,  indicou hoje que cerca de 170 mil toneladas de ajuda estão prontas para entrar na Faixa de Gaza, acrescentando que não deve haver retrocesso no acordo alcançado.

Cerca de 170 mil toneladas de ajuda prontas para entrar em Gaza

© Lusa

Lusa
09/10/2025 18:55 ‧ há 1 dia por Lusa

Numa conferência de imprensa em Nova Iorque, na qual participou por videoconferência, Fletcher apresentou detalhes do plano que a ONU tem delineado para entregar auxílio aos palestinianos de Gaza e indicou que serão necessárias mais rotas abertas e garantias de segurança para que essa ajuda seja entregue na escala necessária.

 

"Devemos aproveitar este momento com vontade coletiva, determinação e generosidade. Não deve haver retrocesso nos acordos celebrados. Haverá quem tente impedir a implementação do plano do Presidente [dos Estados Unidos, Donald Trump], e tal não deve ser permitido", defendeu.

A ONU tem planos de entregar alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais durante os primeiros 60 dias do cessar-fogo, com o objetivo de aumentar os mantimentos que entram em Gaza para "centenas de camiões todos os dias", disse Fletcher.

Em relação à alimentação, as Nações Unidas pretendem chegar até 2,1 milhões de pessoas que necessitam de ajuda alimentar e a cerca de 500 mil pessoas que necessitam de apoio nutricional.

"A fome precisa de ser revertida em áreas onde se instalou e prevenida noutras", explicou.

Nesse sentido, os trabalhadores humanitários vão distribuir produtos alimentares, apoiar padarias e cozinhas comunitárias, assim como pastores e pescadores na restauração dos meios de subsistência.

Vai também ser fornecido ainda dinheiro a 200 mil famílias para cobrir as necessidades alimentares básicas e "dar-lhes o sentido de dignidade e autonomia, ao poderem escolher os próprios alimentos nos mercados", frisou Fletcher, que falou com os jornalistas a partir de Riade, na Arábia Saudita.

A ONU pretende também restaurar o sistema de saúde dizimado e fornecer mais produtos e material médico essencial.

"Tentaremos restabelecer a vigilância de doenças a nível comunitário para apoiar as casos de emergência e mais evacuações médicas", disse.

Na questão da água e do saneamento, a ONU tenciona atingir 1,4 milhões de pessoas e, no domínio do abrigo, vai expandir a oferta, inclusive ajudando as famílias a preparar-se para o inverno.

No campo da educação, a organização quer reabrir espaços de aprendizagem temporários para 700 mil crianças em idade escolar e fornecer-lhes materiais didáticos e escolares.

"Este é o plano. Podemos pô-lo em prática. Já o fizemos antes e vamos voltar a fazê-lo", assegurou.

Para que este plano seja um sucesso, insistiu o diplomata britânico, serão necessárias dez condições: desde a entrada semanal de dois milhões de litros de combustível até a proteção do pessoal humanitário, incluindo a reabertura dos pontos de passagem e o financiamento integral do recurso de emergência, que atualmente está coberto em apenas 28%.

"Cada Estado, cada Governo, cada pessoa que se perguntou: 'O que posso fazer?'Agora é a hora de demonstrar generosidade", pediu.

Quanto àqueles que poderão tentar sabotar esse processo, Tom Fletcher não quis nomeá-los: "Extremistas de ambos os lados tentaram, no passado, atrasar ou sabotar os esforços para libertar reféns ou entregar ajuda. Mas espero que o amplo apoio internacional expresso hoje (...) sirva para marginalizar essas vozes", disse.

Na quarta-feira, Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas anunciaram um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto por Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egito, Qatar, Estados Unidos e Turquia.

Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada "linha amarela" demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos.

O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), considerados credíveis pela ONU.

Leia Também: As sete guerras que Trump afirma ter resolvido na corrida ao Nobel da Paz

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