O porta-voz do movimento rebelde, Mohamed al-Frah, declarou que o grupo acompanha "com grande interesse" os progressos nas negociações, mas avisou que nenhum entendimento "isenta o inimigo israelita dos crimes cometidos contra o povo palestiniano"
Citado pela agência oficial Saba, Al-Frah exprimiu a esperança de que o acordo ponha fim "à agressão" e ao bloqueio sobre Gaza, ao mesmo tempo que reforce "a resistência" em defesa de uma "causa justa".
O dirigente do movimento insistiu que o objetivo final deve ser a criação de um Estado que abranja "toda a Palestina ocupada", com Jerusalém Oriental como capital.
Os hutis - apoiados pelo Irão e que controlam vastas zonas do norte e oeste do Iémen - intensificaram nos últimos meses os ataques contra Israel em retaliação pela ofensiva na Faixa de Gaza, tendo atingido navios no mar Vermelho e no golfo de Áden.
Na quarta-feira à noite, Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas anunciaram um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egito, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do exército israelita para a denominada "linha amarela" demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 prisioneiros palestinianos.
O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, nos quais morreram cerca de 1.200 mortos e 251 israelitas foram feitos reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), considerados credíveis pela ONU.
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