O procurador Dominique Sié expressou a sua convicção de que o tribunal o vai considerar culpado ainda hoje, quando for proferida a sentença.
"É um homem completamente responsável pelos seus atos, que cometeu um ato monstruoso", disse ao tribunal, em Avignon, sul de França, enquanto o arguido não mostrou qualquer reação.
O pedido do Ministério Público é o mesmo do primeiro julgamento, em que 51 homens foram condenados por agressão sexual e violação de Gisèle Pelicot, sem o seu conhecimento, tendo como principal culpado o ex-marido, Dominique Pelicot, que assumiu a pena máxima de 20 anos de prisão.
O Ministério Público recordou a evolução nula de Husamettin D., que continua a negar a violação apesar dos 14 vídeos de cerca de meia hora no total que provam o crime, como assegurou na terça-feira o diretor da Polícia Judiciária de Avignon, Bosse Platière, que liderou a investigação do caso Pelicot.
"Os vídeos são claros, em nenhum momento pode haver dúvidas", disse.
Husamettin D., que recorreu da sentença, nega os ataques e alegou ser vítima de Dominique Pelicot.
"Este homem é um psicopata, caí na sua armadilha!", exclamou em tribunal.
Apesar de uma noite de violação estar agora a ser julgada, este caso é apenas parte do que a vítima sofreu durante quase uma década.
Dominique Pelicot administrava altas doses de comprimidos para dormir e ansiolíticos à mulher, diluídos em comida, fazendo com que ela entrasse pouco depois num sono profundo - à beira do coma, segundo os especialistas. Era então que ele e os outros homens aproveitavam para cometer os crimes.
Todos os atos foram registados em centenas de fotos e vídeos que Dominique Pelicot fez, com o conhecimento dos outros abusadores, que às vezes levantavam um polegar para cima em frente à câmara, enquanto a mulher estava completamente inerte.
A defesa argumentou que Husamettin D. foi complemente manipulado pelo ex-marido da vítima.
"O Sr. D. não podia lutar contra Dominique Pelicot, tal como Gisèle Pelicot", alegou a sua advogada, Sylvie Menvielle.
"Peço-lhe que tenha dúvidas", pediu o outro advogado, Jean-Marc Darrigade, ao tribunal.
A sentença é esperada hoje à tarde.
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