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Acusado diz "não ter violado". Pelicot diz-lhe para "não se esconder"

A vítima de violação em série Gisèle Pelicot declarou hoje "nunca ter dado" consentimento ao homem acusado de a violar, que acabara de reafirmar, no julgamento em segunda instância em França, não considerar ter cometido violação.

Acusado diz "não ter violado". Pelicot diz-lhe para "não se esconder"

© GABRIEL BOUYS/AFP via Getty Images

Lusa
08/10/2025 19:13 ‧ há 2 horas por Lusa

"Em que momento lhe dei eu o meu consentimento? Nunca!", respondeu Gisèle Pelicot ao acusado, Husamettin Dogan.

 

"Assuma as suas ações e pare de se esconder atrás da sua cobardia!", afirmou Pelicot, de 72 anos, que se tornou um símbolo internacional da violência sexual contra as mulheres, ao único acusado no caso das violações de Mazan que recorreu da condenação.

"Que ele possa ter acreditado que eu estava a consentir é absolutamente abjeto", continuou, de pé, com voz segura, mas sem olhar para o presumível agressor, sentado numa cadeira a um metro de distância.

Husamettin Dogan, ex-operário de 44 anos, voltou a negar os factos durante esta manhã (hora local), afirmando não ter "cometido violação": "Eu pratiquei um ato sexual, nunca violei ninguém", chegando a considerar-se "uma vítima do manipulador" Dominique Pelicot, então marido de Gisèle.

"A única vítima nesta sala de audiências sou eu. O senhor Dogan não é vítima de ninguém", replicou Gisèle, acrescentando: "Tenho vergonha por si!".

A audiência começou com a exibição de 14 vídeos chocantes, com alguns segundos cada, filmados por Dominique Pelicot no dia 28 de junho de 2019, em que o acusado se dirigiu à casa do casal em Mazan, no sul de França.

Neles, o acusado é visto a realizar vários atos sexuais com Gisèle Pelicot em roupa interior, calçando sandálias e, por vezes, com uma venda nos olhos, totalmente inerte e, por vezes, a ressonar fortemente.

"Eu coloco-me no lugar das vítimas que, infelizmente, nunca conseguirão obter provas e terão de viver com a humilhação: nesta sala, as vítimas continuam a ser humilhadas", observou Gisèle Pelicot sobre essas provas materiais.

A septuagenária, que durante uma década foi sedada pelo ex-marido para ser violada por ele e por dezenas de desconhecidos recrutados na Internet, lembrou que tais factos foram "uma explosão, um tsunami" para ela e para a família.

 

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