"A Direção-Geral da Defesa Civil apela aos cidadãos do sul da Faixa de Gaza que desejem regressar à cidade de Gaza para que não se desloquem nem regressem neste momento", disse o porta-voz do organismo, Mahmud Basal.
O porta-voz da Defesa Civil avisou que o regresso só deve ocorrer se houver um comunicado oficial das autoridades competentes "que confirme a autorização de retorno".
Basal também pediu aos que permaneceram na cidade que não viajem para áreas onde as forças israelitas ainda operam, "para prevenir qualquer perigo direto".
"As forças de ocupação [israelitas] continuam presentes em várias zonas perigosas e movimentos aleatórios podem colocar gravemente em risco a vida dos cidadãos", alertou num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Cerca de 250 mil pessoas permaneceram na cidade de Gaza, alvo de uma ofensiva especifica das forças israelitas nas últimas semanas, segundo estimativas divulgadas na quarta-feira pela ONU.
O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, advertiu igualmente a população para não regressar a casa até que as autoridades emitam instruções nesse sentido e apelou às pessoas para que evitem participar em reuniões e aglomerações.
O governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, deverá reunir-se hoje à tarde para aprovar o acordo alcançado no Egito, disse uma fonte governamental à EFE.
O acordo refere-se a uma primeira fase do plano proposto pelo Presidente dos Estados Unidos e foi anunciado pelo próprio Donald Trump na quarta-feira, após negociações no Egito.
O acordo prevê um cessar-fogo e a libertação dos 48 reféns detidos em Gaza em troca de cerca de 2.000 prisioneiros e detidos palestinianos.
Antes da libertação dos reféns em Gaza, o exército israelita deverá proceder a uma retirada gradual até à chamada "linha amarela", estipulada pelos Estados Unidos, embora continue a controlar a maior parte do território palestiniano.
A concretizar-se, o acordo irá cessar a guerra iniciada há dois anos pelo ataque do grupo extremista Hamas em Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza contra o Hamas que causou já a morte de mais de 67.100 palestinianos e a destruição generalizada do enclave.
Israel enfrenta acusações de genocídio em Gaza e de usar a fome como arma de guerra, que nega.
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