"Esperamos que a assinatura ocorra hoje e que ações sejam tomadas para pôr em prática o que foi acordado", disse o porta-voz presidencial russo, que se recusou a comentar se o Presidente norte-americano, Donald Trump, merece o prémio Nobel da Paz pelo seu trabalho de mediação.
"Certamente apoiamos esses esforços. O facto de ter sido alcançado um cessar-fogo em Gaza é motivo de satisfação geral", disse Peskov, citado pela agência de notícias russa Interfax, antes de sublinhar que "todos esses esforços são bem-vindos".
Trump revelou na rede social Truth que as partes aceitaram a sua proposta após negociações indiretas nos últimos dias no Egito.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou de "um grande dia para Israel" e anunciou que o seu Governo vai reunir-se hoje para assinar o acordo.
Por seu lado, o movimento islamita palestiniano Hamas confirmou "um acordo para pôr fim à guerra em Gaza, retirar a ocupação, permitir a entrada de ajuda humanitária e trocar prisioneiros".
A ofensiva israelita na Faixa de Gaza, lançada após os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, causou até agora a morte de quase 67.200 palestinos - incluindo 460, dos quais 154 crianças, por fome e desnutrição - de acordo com as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.
O ataque do Hamas contra Israel de há dois anos causou perto de 1.200 mortos, a maioria civis, e fez 251 reféns, dos quais 48 permanecem no enclave, acreditando-se que cerca de 20 estejam vivos.
As críticas internacionais à atuação das autoridades israelitas têm subido de tom, com acusações de usar a fome como arma de guerra, ao impor bloqueios ou dificultar a entrada de ajuda humanitária, que levou a que o norte de Gaza fosse declarado zona de fome pela ONU.
Além disso, um comité independente da ONU acusou recentemente Israel de cometer genocídio, bem como vários países e organizações internacionais.
Israel rejeita estas acusações.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura contra Benjamin Netanyahu e um ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra, bem como contra dirigentes do Hamas, que foram entretanto mortos por Israel.
Leia Também: Rússia apoia plano de Trump para acabar a guerra na Faixa de Gaza