"O Kremlin [presidência russa] apoia sempre e acolhe favoravelmente todos os esforços do Presidente [Donald] Trump com vista a pôr fim a esta tragédia", disse Peskov durante a conferência de imprensa telefónica diária.
"Desejamos que este plano seja implementado e contribua para orientar os acontecimentos no Médio Oriente para uma conclusão pacífica", acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na segunda-feira, após um encontro com Donald Trump em Washington, que aceitava o plano norte-americano, que estava hoje a ser analisado pelo Hamas, a outra parte do conflito em Gaza.
Peskov disse ainda que a Rússia mantém contactos com todas as partes envolvidas no conflito no Médio Oriente e está disponível para facilitar uma solução, embora não tenha sido contactada pelos Estados Unidos.
"Não houve sinais por parte dos americanos", respondeu Peskov quanto a um possível envolvimento russo no plano de paz proposto por Trump.
"A Rússia continua disposta, se necessário, a envidar esforços para facilitar uma solução", acrescentou, segundo a agência de notícias oficial russa TASS.
O plano norte-americano envolve a criação de um comité de transição presidido por Trump, o fim imediato da guerra, a libertação de reféns e de prisioneiros palestinianos, a retirada gradual das forças israelitas e o desarmamento do Hamas.
Após a aceitação do acordo pelas partes, a ajuda humanitária necessária será enviada para Gaza, onde entrará e será distribuída pelas agências das Nações Unidas, segundo o plano divulgado pela presidência norte-americana.
O plano exclui o Hamas da governação de Gaza e a ocupação do território por Israel, e prevê o envio de uma força internacional de estabilização para o enclave apoiada pelos Estados Unidos e pelos países árabes.
Os Estados Unidos comprometem-se também a mediar entre Israel e a Palestina para uma "coexistência pacífica" e abrem caminho para a criação de um Estado palestiniano.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Mais de 66.000 pessoas foram mortas pelo exército israelita em Gaza na ofensiva de retaliação que se seguiu, segundo dados das autoridades locais de saúde controladas pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
Israel enfrenta acusações de genocídio por causa da guerra em Gaza, onde a ONU declarou uma situação de fome, o que aconteceu pela primeira vez no Médio Oriente.
O Governo de Netanyahu, uma coligação com a extrema-direita, refuta as acusações.
O Hamas, que controla Gaza desde 2007, é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.
O movimento islâmico integra o chamado "eixo de resistência" a Israel liderado pelo Irão, de que também fazem parte o Hezbollah libanês e os huthis do Iémen, entre outros grupos extremistas da região.
[Notícia atualizada às 12h25]
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