"Ele tomou conhecimento das conclusões" de Sébastien Lecornu.
A "maioria dos deputados contra a dissolução, existência de uma plataforma de estabilidade, caminho possível para aprovar um orçamento até 31 de dezembro", afirmou o gabinete de Emmanuel Macron.
O primeiro-ministro demissionário francês já tinha dito hoje que "não é o momento de mudar de Presidente", apesar da profunda crise política que o país atravessa, reagindo assim a vários apelos à demissão de Emmanuel Macron.
"Não devemos fazer os franceses acreditar que é o Presidente da República quem vota o orçamento", declarou Sébastien Lecornu, durante uma entrevista ao canal France 2, afirmando que "esta instituição presidencial deve ser protegida e preservada."
O chefe de Estado francês, pressionado de todos os lados incluindo por parte dos apoiantes, não prevê, para já, tomar a palavra, mas vai exprimir-se para os franceses "no momento oportuno", disse Lecornu.
"Numa democracia representativa, quando se dá um mandato (...) se começarmos, ao primeiro sinal de tempestade, a dizer "é preciso ir embora", se isso vale para o Presidente de hoje, pesará também sobre os futuros e amanhã sobre os autarcas, os deputados...", considerou.
Nesse sentido alertou que não se deve "subestimar a tensão internacional que [Macron] tem de gerir": "Já não somos suficientemente fortes para que a França seja autossuficiente".
Lecornu garantiu continuar como "ministro responsável pelas Forças Armadas" e, por essa razão, defendeu que Macron deve continuar no cargo já que "por definição, a voz de França no estrangeiro, felizmente, é a do Presidente da República".
Lecornu, cuja demissão surpresa na segunda-feira, 14 horas após o anúncio do seu governo, mergulhou a França numa crise sem precedentes, recebeu de Macron a missão de encontrar uma solução para evitar uma nova dissolução do Parlamento.
"Sinto que há um caminho possível" para a situação que "já é suficientemente difícil", afastando a hipótese de dissolução da Assembleia Nacional, afirmou o chefe do Governo em funções, defendendo que o próximo Governo deverá estar "completamente desligado das ambições presidenciais para 2027".
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