Mediadores turcos, do Qatar, egípcios e norte-americanos estão a trabalhar para concretizar o plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para um cessar-fogo imediato e de libertação de reféns israelitas e prisioneiros palestinianos.
"Se um acordo for alcançado hoje, será declarado um cessar-fogo", disse Hakan Fidan, numa conferência de imprensa em Ancara, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Asaad al-Shibani.
Fidan adiantou que "foram alcançados muitos progressos até agora" nas negociações.
"Uma boa notícia é que as partes mostraram grande vontade para a libertação dos prisioneiros e dos reféns", acrescentou.
Todos os lados têm expressado otimismo por um acordo para acabar com a guerra de dois anos que causou mais de 67 mil mortos e a maior parte de Gaza destruída.
Mas partes fundamentais do plano de paz ainda não foram fechadas, incluindo a exigência de desarmamento do movimento islamita palestiniano Hamas, o momento e a extensão da retirada das tropas israelitas de Gaza e a criação de um organismo internacional para gerir o território após a saída do Hamas.
Fidan adiantou que detalhes técnicos estão "a ser discutidos neste momento" e "se houver hoje opiniões positivas, serão tomadas as medidas necessárias para a primeira parte do acordo".
A proposta de 20 pontos de Trump prevê, numa primeira fase, uma troca dos 48 reféns, vivos e mortos, por prisioneiros palestinianos, após o que haveria um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
O plano inclui a formação de um governo de transição para Gaza, supervisionado por Trump e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, além da possibilidade de negociar no futuro um Estado palestiniano, ao qual o governo israelita se opõe.
O Hamas disse concordar com alguns dos pontos e que queria negociar outros, o que está a acontecer desde segunda-feira no Egito, e anunciou que já trocou com Israel listas de detidos a libertar.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, revelou hoje que o homólogo norte-americano, Donald Trump, pediu à Turquia para convencer o Hamas a negociar a paz com Israel.
"Durante a nossa visita aos Estados Unidos e a nossa última conversa telefónica (...), Trump pediu expressamente que nos encontrássemos com o Hamas e o convencêssemos", disse Erdogan a jornalistas turcos, segundo declarações transmitidas pela presidência.
"Entrámos rapidamente em contacto com os nossos homólogos (...), e o Hamas respondeu que estava pronto para a paz e para as negociações", afirmou o chefe de Estado turco.
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