"Ninguém pode proibir um patriota cubano normal de amar a Rússia, porque estivemos tantas vezes em Cuba que a atitude em relação ao nosso país é realmente a mais calorosa", declarou Andrei Kartapolov à imprensa russa, observando: "Não é nada estranho que os jovens cubanos queiram ajudar o nosso país".
Kartapolov deu as boas-vindas a "todos aqueles que querem ajudar o país na justa luta contra o fascismo mundial, aqueles que querem juntar-se às Forças Armadas da Rússia".
Esta semana, as duas câmaras do parlamento russo ratificaram o acordo intergovernamental de cooperação militar com Cuba, numa altura em que os Estados Unidos denunciam o envolvimento em grande número de mercenários cubanos na guerra na Ucrânia, desencadeada a 24 de fevereiro de 2022 pela invasão russa do país vizinho.
Esta ratificação ocorreu dias depois de o Departamento de Estado norte-americano ter distribuído um memorando interno aos seus diplomatas denunciando que entre 1.000 e 5.000 cubanos foram recrutados como mercenários para o Exército russo, fazendo de Cuba um dos principais fornecedores de combatentes estrangeiros.
"A seguir à Coreia do Norte, Cuba tornou-se a maior fonte de mercenários estrangeiros para o Exército russo", lê-se no memorando norte-americano, que acusou Havana de "não ter protegido os cidadãos de serem usados como peões na guerra russo-ucraniana".
Em maio passado, a Assembleia da Resistência Cubana denunciou na cidade norte-americana de Miami que a Rússia tinha recrutado cerca de 20.000 cubanos para a guerra contra a Ucrânia, com o apoio do Governo cubano, dos quais entre 200 e 300 terão morrido em combate.
Cuba e Rússia, aliados tradicionais desde a era soviética, reforçaram as relações bilaterais nos últimos anos e ainda mais agora, quando a ilha atravessa a pior crise económica das últimas três décadas, com escassez de bens de primeira necessidade e uma inflação em espiral, acentuada pelas debilidades estruturais da produção e pelas recorrentes avarias do sistema elétrico.
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