O protesto, convocado pelo Conselho Consultivo de Organizações Islâmicas da Malásia (MAPIM), realizou-se em frente à embaixada dos Estados Unidos, no país de maioria muçulmana, e reuniu cerca de cinco mil pessoas, segundo a imprensa local, apesar do mau tempo.
Muitos manifestantes protegiam-se da chuva com chapéus-de-chuva verdes e vermelhos, empunhando bandeiras palestinianas e cartazes com frases como "Todos somos Global Sumud".
"Os voluntários [da flotilha] não trazem armas nem matam ninguém; levam comida, água e medicamentos [para Gaza]. Como é que lhes podem chamar terroristas? É uma afirmação grosseira e ofensiva!", afirmou o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, à comunicação social, a partir de uma mesquita da capital.
Os manifestantes entregaram a um representante diplomático norte-americano em Kuala Lumpur um memorando em que exigem que Washington cesse o "apoio político, económico e militar" a Israel e apoie iniciativas em instituições e mecanismos internacionais para responsabilizar o Estado hebraico.
As críticas aos Estados Unidos surgem numa altura em que é esperada a participação do Presidente norte-americano, Donald Trump, na 47.ª cimeira de líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), de 26 a 28 deste mês, em Kuala Lumpur -- visita que já gerou contestação em alguns setores da sociedade da Malásia.
Na véspera, centenas de pessoas já se tinham manifestado na capital contra a interceção da flotilha, numa marcha que começou no centro da cidade e terminou junto da embaixada norte-americana.
Segundo a imprensa local, registaram-se alguns incidentes entre civis e a polícia nessa manifestação, de menor dimensão do que a de hoje.
"A Malásia usará todos os meios legítimos e legais ao nosso dispor para garantir que Israel preste contas, sobretudo em assuntos que dizem respeito a cidadãos malaios", assegurou Anwar na quinta-feira.
Israel iniciou a interceção da Global Sumud Flotilla na tarde de quarta-feira e anunciou no dia seguinte o fim da operação, que resultou na detenção de 473 tripulantes, entretanto transferidos para a prisão de Saharonim, no deserto do Negueve, no sul do país.
Na próxima terça-feira cumprem-se dois anos do ataque do Hamas contra Israel de 07 de outubro de 2023.
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