As duas partes têm-se confrontado no norte e nordeste da Síria desde a chegada ao poder de uma coligação fundamentalista em dezembro de 2024, e a aplicação de um acordo para integrar as forças curdas no exército tem sido lenta.
Depois de confrontos na segunda-feira em Aleppo que fizeram dois mortos, Damasco anunciou um cessar-fogo após um encontro entre o presidente interino, Ahmad al-Sharaa, e o líder curdo, Mazloum Abdi, na presença de enviados norte-americanos.
"As Forças Democráticas Sírias [braço armado dos curdos sírios] devem cumprir as promessas. Devem concluir a integração na Síria", declarou Erdogan a jornalistas turcos ao regressar de uma viagem, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Damasco e os curdos assinaram em 10 de março um acordo para integrar as instituições civis e militares da administração autónoma curda nas instituições nacionais, mas divergências significativas entre as duas partes têm atrasado a implementação do plano.
Aliada de Damasco, a Turquia partilha uma fronteira de mais de 900 quilómetros com o vizinho sírio e mantém tropas no norte do território há vários anos, em nome da luta contra combatentes curdos que considera terroristas.
Entre 2016 e 2019, a Turquia lançou três ofensivas no norte da Síria contra as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), a espinha dorsal das FDS, e contra o grupo Estado Islâmico, também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh.
Ahmad al-Sharaa, chefe do grupo islamita Organização de Libertação do Levante, liderou uma coligação de grupos rebeldes que derrubou o regime do antigo presidente Bashar al-Assad em 08 de dezembro de 2024.
Al-Assad, que tinha herdado o regime fundado em 1971 pelo pai, Hafez al-Assad, fugiu na altura para a Rússia, que lhe concedeu asilo político.
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