O republicano foi hoje questionado sobre se planeava invocar a lei, um dos mais abrangentes poderes de emergência, para justificar o envio de tropas em resposta a episódios de agitação civil em cidades governadas pelos democratas, e lembrou que esta já foi invocada anteriormente.
"Se olharmos para Chicago, é uma cidade grande com muita criminalidade, e se o governador (do Estado do Illinois, JB Pritzker) não puder fazer o trabalho, nós faremos", alertou o governante na Sala Oval, durante uma reunião com o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney.
Um dia antes, o Presidente dos EUA já tinha referido que poderia invocar a Lei da Insurreição em Portland, no Estado do Oregon, após um revés num tribunal inferior que proibiu o envio de tropas da Guarda Nacional de qualquer Estado.
Trump insistiu hoje que "muitas pessoas foram baleadas" em Chicago, onde o Presidente republicano ordenou o envio de cerca de 300 soldados da Guarda Nacional do Estado republicano do Texas.
Quase metade dos soldados da Guarda Nacional do Texas enviados para o Illinois chegaram hoje à região de Chicago, segundo o jornal The New York Times, que citou fontes militares norte-americanas.
O resto destas tropas, autorizadas a deslocar-se pelo governador do Texas, Greg Abbott, sob ordens do Presidente Donald Trump, chegará dentro de poucas horas e será mobilizado para vários locais da cidade até quarta-feira, no máximo, acrescentou o jornal, citando estas fontes.
Este envio ocorre num momento de crescentes protestos contra as operações de imigração na cidade centro-norte, onde os agentes da Patrulha de Fronteiras abriram fogo no sábado na área de South Side, ferindo um cidadão norte-americano.
As autoridades locais e o democrata Pritzker denunciaram esta decisão como um novo abuso de poder por parte do Presidente, que já fez o mesmo em Los Angeles e Washington, D.C., esta última como parte de uma campanha contra o crime, apesar da rejeição do governo da capital.
Depois de um juiz federal ter decidido contra uma ação estadual para bloquear o envio, Pritzker classificou a situação como "uma invasão inconstitucional de Illinois pelo governo federal".
A Lei da Insurreição de 1807, diferente da lei marcial, destina-se a ser aplicada em crises que sobrecarreguem a capacidade de resposta das autoridades civis.
Como a sua utilização não está claramente definida ou limitada, confere aos presidentes um poder considerável para estipular quando e onde mobilizar as forças militares dentro do país.
A última vez que a Lei da Insurreição foi utilizada foi em 1992, sob a administração de George H.W. Bush (1989-1993), na Califórnia, em resposta à agitação civil em Los Angeles após a absolvição de quatro polícias brancos acusados de agredir um motorista afro-americano.
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