Anja Dierschke, porta-voz da Polícia de Berlim, explicou à agência de notícias espanhola EFE, junto à manifestação na qual eram aplicadas medidas das forças de segurança contra os manifestantes, que houve uma "concentração proibida" de várias centenas de pessoas,que se reuniram na rua da Câmara de Berlim.
"São várias centenas as pessoas que se reuniram apesar da proibição", afirmou Dierschke, antes de explicar o dispositivo policial, que consistia num cordão de agentes antimotins que rodeava os manifestantes sem lhes permitir sair depois de, repetidamente, "terem sido informados de que não lhes era permitido concentrar-se aqui".
Pouco a pouco, os agentes retiravam os manifestantes para os levar a ser "identificados e poderem iniciar um processo contra eles, neste caso por violação da lei da liberdade de reunião", explicou a porta-voz da polícia.
Cantos como 'Free Palestine' (Palestina Livre) ou 'Viva Viva Palestina', em espanhol, eram entoados pelo grupo de pessoas que se encontrava dentro do círculo de manifestantes e, sobretudo, do exterior, por simpatizantes que observavam a concentração.
"Entre a multidão de pessoas que se reuniu aqui sem autorização, também ocorreram confrontos e foram impostas sanções penais", indicou Dierschke, referindo-se a "lemas proibidos ou símbolos anticonstitucionais" e a pessoas que foram detidas.
As autoridades de Berlim não podiam fornecer dados sobre o total de detenções na Alexanderplatz às 20:00 GMT, pois o dispositivo ainda estava em curso e apenas na madrugada de quarta-feira essa informação será divulgada, segundo a Polícia de Berlim.
Inicialmente, a manifestação estava convocada para as 16:00 GMT junto ao Relógio Mundial em Alexanderplatz, mas tinha sido proibida por receio de que não fosse pacífica e porque a convocatória supostamente justificava os ataques de 07 de outubro por parte da organização islâmica Hamas em território israelita.
"Geração após geração, até à libertação total", era a mensagem da convocatória, cujo lema era 'Parem o Genocídio'.
Na convocatória, os organizadores referiam-se ao ataque do Hamas, que há dois anos causou a morte de 1.200 israelitas e resultou no sequestro de outras 251 pessoas, como uma "evasão heróica" palestiniana.
A dissolução da manifestação em Alexanderplatz ocorreu num dia em que também houve manifestações, mais pequenas, noutros pontos da cidade.
Assim, um total de 17 pessoas foram detidas no bairro berlinense de Friedrichshain, após uma ação de protesto pró-palestiniana em que várias dezenas de indivíduos cortaram um cruzamento rodoviário.
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