O partido xiita considerou que "a segurança, a estabilidade e o futuro da região" dependem da "unidade de posições e palavras entre os países árabes e islâmicos e os seus povos".
Pediu que governos e povos da região cerrem fileiras e transformem as "posições de rejeição da agressão [de Israel] em ações que dissuadam o inimigo", que disse só entender "a linguagem da força e do confronto".
Israel "é uma adaga no coração" do Médio Oriente e "um tumor cancerígeno que deve ser erradicado antes de se espalhar e causar destruição e devastação onde quer que se instale", afirmou.
O Hezbollah elogiou a postura do "livre e resiliente povo da Palestina, enraizado na sua terra e enfrentando de peito descoberto a máquina assassina sionista".
Aplaudiu a atuação dos grupos armados palestinianos por "participarem numa batalha sagrada em defesa de Jerusalém e da sua nação durante dois anos, combatendo os tiranos mais brutais da terra numa épica lendária".
Quanto aos ataques terroristas do Hamas de há dois anos no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, qualificou-os como heroicos.
Constituíram "uma batalha de redenção, libertação, vontade e firmeza contra a injustiça e a ocupação", disse o grupo apoiado pelo Irão num comunicado citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
O Hezbollah criticou simultaneamente a postura de "um mundo submisso e acorrentado que observa massacres, assassinatos e destruição sem mover um dedo", segundo noticiou a cadeia televisiva libanesa Al Manar, ligada ao grupo.
"Esta batalha sagrada revelou desde o primeiro momento a verdadeira face da entidade sionista, desprovida de atributos humanos e apoiada pelo arrogante tirano norte-americano, que pisa todas as leis e resoluções internacionais e os princípios humanitários", afirmou.
O Hezbollah reafirmou as acusações a Israel de "genocídio, guerra de fome e deslocamento" forçado da população em Gaza e elogiou a luta e os sacrifícios dos palestinianos.
"São merecedores da vitória e a Palestina será devolvida ao seu povo, apesar de todos os conspiradores, normalizadores e preguiçosos", acrescentou.
O Hezbollah lançou ataques contra Israel a partir do sul do Líbano em solidariedade com o Hamas, até alcançar um cessar-fogo em novembro de 2024.
Durante mais de um ano de hostilidades, Israel bombardeou o Líbano e matou vários dirigentes do Hamas, incluindo o líder histórico, Hassan Nasrallah, bem como o sucessor, Hashem Safieddine, pouco tempo depois.
A ofensiva militar do exército israelita contra a Faixa de Gaza provocou já mais de 67.100 mortos, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.
Israel foi acusado de genocídio em Gaza e de usar a fome como arma de guerra, o que negou.
O Egito e os Estados Unidos estão desde segunda-feira a mediar negociações entre o Hamas e Israel sobre um plano de paz apresentado na semana passada pelo Presidente Donald Trump.
O plano, de 20 pontos, prevê a libertação dos reféns ainda em Gaza em troca de palestinianos presos em Israel, o desarmamento do Hamas, a retirada das forças israelitas e uma administração internacional transitória do território.
O plano foi aceite globalmente pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, enquanto o Hamas disse que concordava com alguns dos pontos e queria negociar outros.
O Hezbollah e o Hamas integram o chamado "eixo de resistência" a Israel liderado pelo Irão, de que fazem parte também os rebeldes Huthis do Iémen e outros grupos islâmicos extremistas da região.
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