"A delegação do movimento no Egito procura remover todos os obstáculos para chegar a um acordo que vá ao encontro das aspirações do nosso povo", disse o dirigente Fauzi Barhum, da ala política do movimento islamita, citado pelo jornal palestiniano Filastin.
Barhum sublinhou que o eventual acordo deve garantir "um cessar-fogo, a retirada completa do exército de ocupação, a entrada de ajuda humanitária e o regresso dos deslocados às suas casas".
O dirigente do Hamas, organização considerada terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, apelou ainda ao início da reconstrução do território "sob supervisão de um corpo palestiniano de tecnocratas" e acusou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de tentar "obstruir e minar" as negociações em curso.
O Hamas, responsável pelo pior ataque terrorista de sempre em solo israelita, a 07 de outubro de 2023, mantém-se crítico em relação ao plano de paz apresentado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e rejeita qualquer administração internacional para Gaza.
O dirigente acusou Israel e os Estados Unidos de terem "plena responsabilidade política, jurídica e moral" pelos crimes cometidos em Gaza, descrevendo a ofensiva israelita como "uma guerra de extermínio e destruição total".
Barhum insistiu que o Hamas continua comprometido com "os direitos nacionais do povo palestiniano e as suas aspirações de libertação e independência".
Pouco antes, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, confirmou que as negociações permanecem "pendentes em muitos detalhes" do plano de cessar-fogo proposto por Trump.
As conversações realizadas na segunda-feira em Sharm el-Sheikh serão retomadas hoje, com o objetivo de "fazer avançar o plano e pôr fim à guerra em Gaza", em que o Hamas afirma que mais de 67 mil pessoas foram mortas pelas Forças de Defesa de Israel.
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