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Uma criança morta ou mutilada em Gaza a cada 17 minutos

Pelo menos 61.000 crianças foram mortas ou mutiladas na Faixa de Gaza nos dois anos de guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, ou seja, uma vítima a cada 17 minutos, anunciou hoje a UNICEF.

Uma criança morta ou mutilada em Gaza a cada 17 minutos

© Abdalhkem Abu Riash/Anadolu via Getty Images

Lusa
07/10/2025 14:03 ‧ há 1 dia por Lusa

Mundo

UNICEF

"Este é um número inaceitável e avassalador. As crianças sofrem física e mentalmente há demasiado tempo, foram expostas a horrores que nenhuma criança deveria ter de ver ou experimentar, ficaram órfãs, perderam as suas casas, foram deslocadas várias vezes e foram expostas a doenças e violência numa escala sem precedentes", disse porta-voz da agência da ONU para a infância, Ricardo Pires, em Genebra.

 

Apesar das esperanças em torno das negociações em curso entre Israel e o Hamas para o fim do conflito, funcionários da UNICEF em Gaza relataram nas últimas horas que a violência continua no norte e sul do enclave, através de "bombardeamentos, ataques aéreos e morte de crianças".

Pires denunciou ainda que 18 bebés prematuros ainda estão na cidade de Gaza ou noutras áreas no norte do território, bem como várias incubadoras e ventiladores que foram deixados em hospitais cuja evacuação foi ordenada pelo exército israelita.

O mesmo porta-voz referiu que no hospital de Al-Helou há dez bebés (um com ventilador mecânico) e 12 incubadoras, enquanto noutros três centros de saúde há mais três bebés, cinco recém-nascidos e mais 18 incubadoras.

O stress e as terríveis condições de saúde fizeram com que pelo menos um em cada cinco bebés nascesse prematuramente em Gaza.

O porta-voz disse que muitos desses bebés não sobreviverão sem o equipamento necessário para os manter seguros e vivos.

"Estamos a tentar mover essas incubadoras e ventiladores, mas até agora isso tem-nos sido negado [pelas forças israelitas]. Esperamos que, até ao final da semana, consigamos fazê-lo", comentou.

Na madrugada de 07 de outubro de 2023, milícias palestinianas lideradas pelo Hamas atacaram várias localidades e uma multidão de pessoas num festival de música, enquanto eram lançados milhares de foguetes contra Israel, causando cerca de 1.200 mortos, a maioria civis, e 251 reféns.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, líder de um governo de coligação com a extrema-direita e ultraortodoxos religiosos, proclamou que Israel estava em guerra e prometeu aniquilar o Hamas, que responsabilizou pelo pior massacre de judeus desde o Holocausto.

A ofensiva israelita, que começou no mesmo dia, causou até agora mais de 67 mil mortos e 170 mil feridos, segundo o Governo do Hamas, que controla Gaza desde 2007. A ONU considera estes dados como fidedignos.

Do lado israelita, um total de 1.152 militares morreu em combate em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano nos últimos dois anos, segundo o Ministério da Defesa israelita.

Israel impôs um bloqueio à entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano e condicionou o trabalho das organizações internacionais no terreno, nomeadamente da ONU, perante acusações de usar a fome como arma de guerra -- cerca de 460 palestinianos morreram por desnutrição desde o início da guerra, incluindo 154 crianças.

No mês passado, uma comissão independente da ONU concluiu que Israel é responsável pela prática de genocídio em Gaza.

As autoridades israelitas negam ambas as alegações e acusam o Hamas, considerado uma organização terrorista, de usar a população como escudo e infraestruturas civis como instalações militares.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou um plano de paz com 20 pontos, que teve o acordo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, enquanto o Hamas aceitou alguns elementos, mas quer negociar outros.

As negociações estão a decorrer, de forma indireta, no Egito, que tem sido um dos mediadores, a par do Qatar e dos Estados Unidos.

Leia Também: Aguiar-Branco refutou preferir silêncio sobre detenção dos portugueses

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