Abu Qasra disse nas redes sociais que as partes "concordaram com um cessar-fogo global em todos os eixos e pontos de destacamento militar no norte e nordeste da Síria".
O ministro acrescentou que o acordo vai entrar em efeito de imediato, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
O anúncio seguiu-se a uma reunião em Damasco entre o Presidente sírio, Ahmad al-Charaa, e o líder curdo na presença de emissários norte-americanos, após confrontos noturnos em Aleppo, no norte do país, disse uma fonte governamental à AFP.
É a primeira reunião entre Al-Charaa e Abdi desde julho.
As duas partes chegaram a um acordo em março para a integração das instituições curdas no Estado, cuja concretização tem demorado.
O comandante militar dos Estados Unidos para o Médio Oriente (Centcom), o almirante Brad Cooper, e o emissário norte-americano Tom Barrack, participara na reunião, disse à AFP fonte próxima dos participantes.
Confrontos eclodiram na segunda-feira à noite em Aleppo entre as Forças Democráticas Sírias (FDS) de dois bairros de maioria curda e zonas controladas pelas forças governamentais.
Os combates, em que morreram pelo menos um civil e um elemento das forças de segurança, terminaram com um cessar-fogo local ao amanhecer.
As FDS negaram ter atacado as forças governamentais, acusando fações pró-Damasco de terem imposto um cerco aos bairros curdos e de tentarem avançar "com tanques".
Afirmaram que alguns habitantes se tinham armado ao lado das forças curdas para se defender, segundo a AFP.
As FDS tinham-se retirado da zona em abril no âmbito de um acordo com o novo governo, formado pelas forças rebeldes que derrubaram o regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024.
Combates esporádicos continuaram noutras regiões do norte da Síria entre curdos, forças governamentais e fações pró-Turquia.
Em março, Damasco e os curdos assinaram um acordo para integrar as instituições civis e militares da administração autónoma curda nas instituições nacionais, mas divergências significativas retardaram a concretização do plano.
Abdi discutiu hoje com Al-Charaa "os mecanismos de integração das FDS no exército sírio", na presença dos mediadores norte-americanos, disse à AFP uma fonte ligada ao processo.
As FDS controlam vastas áreas do nordeste da Síria, foram a vanguarda da luta contra o grupo Estado Islâmico e são apoiadas pelos Estados Unidos, que também incentivam o novo poder em Damasco.
Os curdos reclamam um sistema de governação descentralizado, rejeitado pelo Presidente interino da Síria.
Duas províncias curdas do nordeste da Síria foram excluídas da recente consulta para eleger um parlamento transitório.
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