Uma ativista espanhola que integrava a Flotilha Global Sumud com destino a Gaza e que foi detida por Israel mordeu uma enfermeira da prisão de Ketziot, no domingo. A sua deportação, que estava prevista para a manhã desta segunda-feira, não se concretizou.
De acordo com a publicação The Times of Israel, que cita as autoridades israelitas, o sucedido aconteceu quando a ativista estava a ser escoltada para um exame de rotina, no âmbito dos preparativos para a sua deportação - que acabou por não acontecer.
A enfermeira ficou com ferimentos leves, tendo recebido tratamentos na prisão. Já a ativista ficou retida em Israel após ter sido acusada pelas autoridades israelitas de agressão à enfermeira.
De notar que, esta segunda-feira, seriam repatriados de Israel 28 espanhóis. No entanto, com a mulher retida só regressaram 27.
Israel expulsou já 48 dos 49 espanhóis que deteve quando seguiam na Flotilha Global Sumud, anunciou o governo de Espanha, que enviou um avião militar para Atenas para o repatriamento do grupo libertado.
"Viajam já a caminho de Espanha outros 27 espanhóis e espanholas da flotilha", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), José Manuel Albares, na rede social X.
Já outros 22 espanhóis chegaram a Espanha no domingo, num voo que saiu de Israel para Madrid e em que viajaram também os quatro portugueses que estavam na flotilha.
A Flotilha Global Sumud saiu de Barcelona, no norte de Espanha, em 31 de agosto, e pretendia chegar com ajuda humanitária ao território palestiniano da Faixa de Gaza, mas foi intercetada, na quarta e na quinta-feira da semana passada em águas internacionais por militares israelitas, que detiveram cerca de 450 pessoas que seguiam nos barcos.
Entre os deportados estão cidadãos da Grécia, Itália, França, Irlanda, Suécia, Polónia, Alemanha, Bulgária, Lituânia, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Dinamarca, Eslováquia, Suíça, Noruega, Reino Unido, Sérvia e Estados Unidos, disse o Ministério.
Com este grupo, mais de 340 ativistas foram deportados entre sábado e hoje, de um total de cerca de 450 detidos após a interceção da flotilha pelas autoridades israelitas.
Segundo a organização internacional, a maioria dos tripulantes da frota está detida ilegalmente desde 02 de outubro na prisão de Ketziot (no sul de Israel) e sujeita a condições severas de encarceramento, que incluem violência física, assédio verbal, privação de água potável, alimentos, sono e medicamentos adequados, bem como confinamento prolongado em posições desconfortáveis e stressantes".
Tais comportamentos constituem "atos de maus-tratos e tortura de acordo com o direito internacional", alertou a federação.
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