Alexis Deswaef, advogado e vice-presidente da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), e a ativista Latifa Gharbaoui, radicada em Bruxelas, são os dois belgas detidos por Israel que participavam na iniciativa da Flotilha Global Sumud e que foram detidos no passado dia 01, por forças israelitas.
Os mais de 40 navios da flotilha foram abordados pelas autoridades israelitas a partir da noite de quarta-feira durante 12 horas, durante as quais todos os participantes foram detidos e transferidos para o porto israelita de Ashdod.
Os detidos em Israel relataram "várias formas de maus-tratos e agressões por parte de guardas prisionais", assim como interrogatórios sem a presença dos seus representantes legais, segundo a sua equipa jurídica, a ONG israelita Adalah.
Em resposta, várias pessoas, incluindo Deswaef e Gharbaoui, iniciaram uma greve de fome.
"O nosso embaixador reuniu-se pessoalmente com os participantes belgas da Flotilha, em particular para garantir a sua segurança e saúde", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros belga aos meios de comunicação locais, acrescentando que "as autoridades israelitas pretendem expulsá-los do seu território".
A Turquia confirmou este sábado a chegada ao seu território de um grupo de 137 ativistas deportados, de 13 nacionalidades, membros da Flotilha Sumud, entre os quais não há nenhum belga.
O ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Maxime Prévot, anunciou na quinta-feira que convocou o embaixador israelita após o ataque à flotilha em águas internacionais, que descreveu como "um assunto de séria controvérsia".
Mais de 4.000 pessoas manifestaram-se em Bruxelas na passada quinta-feira para exigir o fim do bloqueio humanitário a Gaza, um maior rigor por parte do Governo belga e condenar a interceção da flotilha.
Durante a manifestação, registou-se uma forte presença policial, o que resultou em vários feridos.
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