Em Espanha, realizaram-se manifestações em Vigo, Sevilha, Málaga, Pamplona e Barcelona.
Em Vigo, a agência noticiosa espanhola, Efe, dá conta que cerca de 4.000 pessoas, segundo os organizadores, desafiaram a chuva e marcharam pelas ruas do centro de Vigo para manifestar a sua solidariedade com a causa palestiniana e "denunciar o genocídio" que o Estado de Israel está a cometer na Faixa de Gaza.
A Efe relata que entre os guarda-chuvas, "assomaram bandeiras palestinianas" e cartazes com palavras de ordem como "Não é uma guerra, é um genocídio", e entoavam canções como "Desde o rio até ao mar, Palestina vencerá", sobre o histórico 'slogan' adotado na década de 1960.
A manifestação decorreu sem incidentes e, segundo a polícia, contou com dois mil assistentes cerca de metade do adiantado pelos organizadores.
Para domingo está prevista outra manifestação na capital galega, em Santiago de Compostela, convocada pela Coordenadora Galega de Solidariedade com a Palestina, e é esperada a chegada de vários autocarros de diferentes pontos da Galiza.
No sul do país, em Sevilha, milhares de pessoas participaram nas manifestações convocadas em apoio do povo palestiniano e para pedir a libertação dos membros da flotilha que levaram ajuda humanitária a Gaza e que foram detidos por Israel.
Segundo a Efe nesta manifestação foram empunhadas várias bandeiras da Palestina.
Entre os participantes encontrava-se o coordenador federal da Esquerda Unida, Antonio Maíllo, que expressou o seu "ceticismo" face às negociações abertas para um plano de paz no conflito, referindo "a possibilidade de Israel continuar a ser um dos obstáculos para a paz".
Na manifestação participaram também o cineasta Alberto Rodríguez e o ator Antonio de la Torre.
Também na região da Andaluzia, em Málaga, centenas de pessoas saíram às ruas para manifestar o seu apoio ao povo palestiniano e pedir a libertação dos membros da flotilha.
Nesta mobilização, o coordenador autónomo da Esquerda Unida, Toni Valero, destacou que, com estas marchas, o povo espanhol demonstra "a sua dignidade" e "dá a cara" face à inação das instituições e dos governos.
"A União Europeia está muito abaixo do nível da moral da sociedade europeia", afirmou, antes de pedir que se quebrem "já" as relações comerciais com Israel.
Os manifestantes exibiam cartazes com palavras de ordem como "Paremos o genocídio na Palestina", "Netanyahu assassino" e "As terras roubadas, serão recuperadas", entre outros.
Em Pamplona, no norte de Espanha, a Efe dá conta de uma marcha multitudinária que percorreu as ruas do centro da capital de Navarra para denunciar o "genocídio" de Israel sobre a Palestina e em solidariedade com o povo palestiniano.
Os manifestantes chegaram de diferentes pontos do País Basco e Navarra, convocados pela organização Palestinarekin Elkartasuna.
Segundo os organizadores, a manifestação juntou 50.000 pessoas, enquanto a Delegação do Governo apontou para 10.000.
Nas ruas de Navarra ouviram-se gritos de "Gaza, aguenta, o mundo levanta-se", "Boicote a Israel, Palestina liberta" ou "Gora palestinar erresistentzia (Viva a resistência palestiniana)" que se fizeram ouvir de forma ininterrupta, noticia a agência espanhola.
Entre os manifestantes, encontrava-se a presidente do Governo Autónomo de Navarra, María Chivite, acompanhada pela sua família.
Durante o percurso não foram registados incidentes entre manifestantes e Polícia.
Cerca de 70.000 pessoas, segundo a Guardia Urbana, um número que os organizadores estimam em até 300 mil, manifestaram-se também hoje no centro de Barcelona para exigir o fim do "genocídio" israelita em Gaza e manifestar a sua rejeição pelo ataque à Flotilha Global Sumud.
A mobilização, convocada por mais de 600 organizações e sindicatos, e iniciou-se pelas 12:00 locais (13:00 em Lisboa) nos Jardinets de Gràcia e terminou no Arco do Triunfo, mas continuou durante a tarde em Drassanes, onde existe um acampamento que permanecerá no local pelo menos até à greve convocada para 15 de outubro.
Antes do início da marcha, Alys Samson, da Coalició Prou Complicitat amb Israel, previu que este sábado "será um dia histórico em que o consenso na Catalunha contra o genocídio de Israel e a favor da Palestina será claro".
Samson declarou que a "cumplicidade" de governos como o de Espanha com Israel deve cessar, exigindo o fim de todo o comércio e relações de armas, incluindo o acordo de associação com a União Europeia.
A presidente da Comunidade Palestiniana da Catalunha, Natália Abu-Sharar, denunciou as propostas dos Estados Unidos sobre um "plano de paz" para Gaza, "quando isso serve de pretexto para continuar a assassinar o povo palestiniano".
Noutros pontos da Europa, em Roma, dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se, gritando "Palestina Livre" e em apoio à Flotilha Global Soumud, em mais um dia de protestos acompanhados de perto pelas autoridades, que temem infiltrados violentos, noticiou a Efe.
Os manifestantes transportavam bandeiras palestinianas e faixas em apoio a Gaza, contra os bombardeamentos israelitas e exigindo a libertação de todos os ativistas da Flotilha Global Soumud.
"Somos todos palestinianos", "Vergonha", "Palestina Livre", "Somos todos anti-sionistas", "Chega de cúmplicidade" e "Resistência agora e sempre" foram algumas das palavras de ordem entoados pela multidão.
A marcha iniciou-se na Avenida Aventino e passará pelo Circo Máximo e pelo Coliseu, até chegar à Praça de S. João de Latrão, onde está prevista a sua conclusão.
A iniciativa está a ser acompanhada de perto pelas autoridades romanas, que mobilizaram vários polícias na zona, assim como polícias de choque, temendo possíveis confrontos.
Manifestações pró-palestinianas foram realizadas hoje em Manchester e Londres, apesar das objeções da Polícia e dos políticos.
O primeiro-ministro Keir Starmer disse que os organizadores devem "reconhecer e respeitar a dor dos judeus britânicos esta semana" e adiar os protestos.
Cerca de 100 pessoas reuniram-se numa praça central de Manchester sob chuva intensa, agitando bandeiras palestinianas e exigindo o fim da guerra em Gaza.
Em Londres, os organizadores disseram que cerca de mil pessoas se manifestaram contra a proibição da Ação Palestiniana, grupo de ação direta que vandalizou aviões militares britânicos e alvejou locais com ligações ao Exército israelita. A organização foi classificada como terrorista pelo Governo britânico.
A Polícia deteve várias pessoas que estavam sentadas em silêncio em Trafalgar, empenhando cartazes com as afirmações "Oponho-me ao genocídio, apoio a [organização] Ação Palestiniana".
No Extremo Oriente, centenas de pessoas participaram numa marcha em Banguecoque contra o "genocídio" em Gaza, culminando frente à Embaixada de Israel.
Apesar da chuva torrencial que caiu sobre a capital tailandesa, os manifestantes começaram a reunir-se por volta das 10:00 locais (02:00 em Lisboa), numa estação central de comboios, antes de se dirigirem para a Embaixada de Israel, de acordo com a organização independente Campanha de Solidariedade Palestiniana (PSC).
Agitando bandeiras e usando lenços palestinianos, os manifestantes, alguns deles membros de grupos como os Trabalhadores Socialistas da Tailândia ou Chiang Mai (cidade do norte) pela Palestina, transportavam faixas com as palavras "Acabem com o genocídio" e "Parem de matar crianças palestinianas".
Vários participantes seguravam fotografias de crianças, aparentemente de Gaza, mostrando sinais de subnutrição, enquanto outros seguravam cartazes representando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acompanhados de frases como "criminoso de guerra" e "prendam-no agora".
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