A ativista e eurodeputada francesa Emma Fourreau, que estava numa das embarcações da Flotilha Global Sumud com destino a Gaza, começou uma greve de fome "em solidariedade com o povo palestiniano".
Emma Fourreau, de 26 anos, estava no barco 'Alma' quando foi "sequestrada ilegalmente pelo exército israelita em águas internacionais", pode ler-se numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
A francesa, assim como o seu assistente parlamentar estão na prisão Ketziot, no deserto de Negev, juntamente com outros participantes da flotilha - incluindo os quatro portugueses.
Emma entame une grève de la faim en solidarité avec le peuple palestinien de Gaza affamé par Israël. Continuons la mobilisation ! pic.twitter.com/aOPthMXJo2
— Emma Fourreau (@emma_frr) October 3, 2025
Note-se que esta não é a primeira vez que Emma Fourreau tenta chegar ao enclave palestiniano. Em julho, numa outra flotilha, a embarcação onde seguia foi também intercetada pelo exército israelita, tendo estado detida durante três dias antes da sua deportação.
De salientar que quatro portugueses - Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves - que estavam também nas várias embarcações da flotilha encontram-se detidos e a aguardar a deportação para Portugal.
Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, enviou, na sexta-feira, uma mensagem à mãe através do cônsul de Portugal em Israel.
"Mãe, estou bem, mas não nos tratam bem, sem comida nem água durante 48 horas. Convoquem manifestação", terá pedido a deputada, numa mensagem escrita à mão que foi entregue à mãe da deputada pelo cônsul, que informou ainda que Mariana estaria numa cela com outras 12 pessoas.
Portugueses escolheram deportação voluntária
Os quatro portugueses aceitaram ser "deportados de forma voluntária e de imediato" e foram informados que as autoridades israelitas os colocarão "nos primeiros voos disponíveis destinados à Europa, a expensas do Governo israelita, podendo sofrer atrasos devido aos feriados israelitas do SUKKOT".
Neste processo, "serão acompanhados por um funcionário do MNE", acrescentou o ministério tutelado por Paulo Rangel.
As forças israelitas, recorde-se, intercetaram na noite de quarta-feira para quinta-feira a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária.
A flotilha, que juntou políticos e ativistas de vários países, partiu de Espanha no início de setembro com o objetivo de quebrar o bloqueio israelita à Faixa de Gaza, assumindo-se como uma "missão de ajuda humanitária pacífica e não violenta".
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